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África

Governo deixa 'cair' South Africa Airways ao negar resgate

COMPANHIA PEDIA FINANCIAMENTO ADICIONAL DE 527 MIL MILHÕES USD

Ao negar um pedido de financiamento adicional de 527 milhões USD, feito pelos gestores de resgate da South Africa Airways, o governo deitou por terra as probabilidades de a empresa pública de aviação levantar voo. Até final de Maio, a IATA prevê a falência da maioria das companhias aéreas, na crise mais aguda do sector.

O governo sul-africano deixou "cair" a South Africa Airways (SAA), ao recusar um resgate de 10 mil milhões de rands (527 milhões USD) para manter a companhia aérea no ar. Na prática, a decisão do governo representa uma certidão de óbito, como admitem os gestores das duas empresas nomeadas pelo governo, em Dezembro, para traçar um plano com vista a salvar a SAA, que nos últimos três anos recebeu mais de 1,4 mil milhões USD em resgates.

Os gestores da Les Matuson e da Siviwe Dongwana, empresas de resgate nomeadas pela Comissão de Empresas e Propriedade Intelectual ao abrigo de um mecanismo legal criado para evitar o colapso das empresas e permitir a sua reestruturação, solicitaram fundos adicionais, de 527 milhões USD, para finalizar o processo de resgate comercial da empresa, mas o ministro das Empresas Públicas, Pravin Gordhan, disse que não. O Ministério fechou também a porta a um orçamento de assistência e manutenção e deixou claro que não apoiaria uma extensão do limite de empréstimos em moeda estrangeira para permitir o financiamento externo do plano de resgate, de acordo com uma carta citada pelo Sunday Times.

Nos bastidores decorrem as negociações com os sindicatos para eliminar parte dos mais de 5.100 postos de trabalho da SAA, com base numa proposta dos administradores da empresa. A proposta foi recusada pela maioria dos sindicatos, que respondem com uma contraproposta, tendo em vista a terceirização de todos os serviços da SAA para ajudar a reduzir custos e evitar despedimentos em massa.

No mundo empresarial sul-africano, a SAA é primeira vítima da Covid-19, pandemia que ameaça 4 em cada 10 empresas no país, como revela um inquérito do Departamento de Estatísticas sul-africano, a STATS, divulgado terça-feira, 21 de Abril, com base em inquéritos a 707 empresas do sector formal.

Nesse mesmo dia, o Presidente Cyril Ramaphosa anunciou um plano de 500 mil milhões de rands (26 mil milhões USD) para enfrentar a pandemia. O plano, segundo o jornal News24, inclui financiamento para combater a Covid-19, dinheiro para os municípios pela prestação de serviços, subsídios para os mais pobres, financiamento para a criação de empregos, isenção de impostos para empresas em dificuldades, assistência a lojas e pequenas empresas e um sistema de garantia de empréstimos para empresas qualificadas. (...)

(Leia o artigo integral na edição 571 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Abril de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)