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Só 22 entre 77 países aderiram a plano de alívio da dívida do G20

PAÍSES RECEIAM DESCIDA DE RATING E EXCLUSÃO DOS MERCADOS FINANCEIROS

O receio de virem a ser bloqueados no acesso aos mercados financeiros justifica a "modesta aceitação" ao plano do G20, acordado em Abril. A fraca adesão dos credores privados, que detêm 154,9 mil milhões USD da dívida de longo prazo de África Subsaariana, estimada em 493,6 mil milhões USD, também é um obstáculo.

O mundo vive uma crise da dívida sem precedentes, que ameaça a recuperação global, se não houver cedências de todos os lados envolvidos, como aconteceu em anteriores crises da dívida soberana, alerta o banqueiro William R. Rhodes, presidente e CEO da consultora Global Advisors, numa altura em que apenas 22 dos 77 países elegíveis aderiram ao plano de alívio da dívida do G20.

"Já vimos grandes explosões soberanas de escala regional, como na América Latina nos anos 80 e no leste da Ásia nos anos 90, mas nunca vimos uma com a amplitude global que agora enfrentamos", sublinha Rhodes, no artigo publicado na Reuters e co-assinado por Stuart P.M. Mackintosh, director executivo do Grupo dos 30, think tank sediado em Washington.

O FMI estima que "40% dos países de baixa renda enfrentam dificuldades com a dívida", mas o plano do G20 para aliviar a dívida teve uma "aceitação modesta", segundo um artigo do South China Morning Post, que justifica a fraca adesão dos países com o receio de que as suas classificações de crédito baixem e venham a ser bloqueados nos mercados financeiros no acesso a financiamento.

Além disso, "os credores privados - que detêm 154,9 mil milhões USD do total das dívidas de longo prazo dos países subsaarianos, estimada em 493,6 mil milhões USD - rejeitaram a abordagem geral ao alívio da dívida", acordada em Abril, assinala o jornal mais influente de Hong Kong, notando que países africanos, como o Quénia, optaram por negociar bilateralmente com os detentores da sua dívida soberana.

A crise da dívida soberana começou na Argentina, Equador, Líbano e Zâmbia, mas, "como o próprio vírus, espalhou-se para muitos mais em todas as regiões de mercados emergentes e em desenvolvimento".

O Tesouro dos EUA e a Reserva Federal, tradicionalmente, assumem "papéis de liderança, ao lado de credores privados que trabalham com o Clube de Paris nos principais países credores", recordam William R. Rhodes e Stuart P.M. Mackintosh, preocupados com o rumo que as negociações da dívida estão a tomar. Donald Trump resiste ao aumento dos Direitos de Saque Especiais do FMI, "necessários para aumentar o capital disponível para empréstimos", e os credores privados, sem pressão, não facilitam as negociações. (...)


(Leia o artigo integral na edição 576 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Maio de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)