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Multicaixa Express já é o canal com mais operações na rede

CINCO ANOS DEPOIS DA IMPLEMENTAÇÃO

O surgimento da pandemia da Covid-19 teve um efeito positivo na disseminação deste serviço, que também foi crescendo devido às dificuldades de acesso às Caixas Automáticas, como forma de evitar as longas filas e os enormes constrangimentos que se registam no acesso ao dinheiro físico.

Apenas cinco anos depois do seu lançamento, que aconteceu em Abril de 2019, o serviço Multicaixa Express, que permite efectuar pagamentos de serviços e transferências de dinheiro entre os utilizadores sem a utilização de um cartão físico, já é o canal mais utilizado da rede Multicaixa em 2023, devido sobretudo às consultas, que permite aos clientes bancários "fugirem" das longas filas nos Caixas Automáticas.

Já a nível de movimento de dinheiro é o segundo canal mais utilizado, tendo registado movimentos de 7.416,9 mil milhões Kz. Apesar dos receios sobre a segurança do sistema, que têm originado preocupações nos utilizadores, o crescimento exponencial desta ferramenta indicia uma mudança de hábitos no acesso aos serviços financeiros em Angola.

No fundo, soluções como o Multicaixa Express surgem com um grande objectivo: iniciar o processo de eliminação dos cartões físicos - algo que vai acontecer de forma lenta e pensada a longo prazo - e incrementar a utilização da tecnologia para dinamizar, facilitar e trazer mais rapidez aos movimentos de dinheiro e pagamentos de serviços entre empresas, famílias e restantes agentes económicos.

"As pessoas e empresas têm procurado por maior agilidade e segurança para realizar as suas operações de pagamentos de serviços ou bens e recebimento de valores. E o serviço Express reúne essas características", explica o economista Wilson Chimoco.

Também os números e os dados estatísticos compilados pela Empresa Interbancária de Serviços (EMIS), uma empresa privada constituída pelos bancos comerciais para gerir e desenvolver o sistema de pagamentos, são reveladores.

Se no ano do lançamento do serviço, em 2019, foram movimentados apenas 257 milhões Kz, no ano passado os montantes chegaram aos 7.416,9 mil milhões Kz (ver infografia), o que representa um aumento de 2.786% em apenas cinco anos.

Segundo a EMIS, em Dezembro de 2023 o Express tinha ainda 1,3 milhões de utilizadores em todo o País, que realizaram cerca de 595 milhões de operações naquele ano, superando os Caixas Automáticas, à semelhança do que fizeram também os TPA. "Após cinco anos de actividade, o Express continua a ser o canal da rede Multicaixa que mais cresce", revela fonte oficial da empresa em resposta às questões do Expansão.

No que diz respeito às utilizações possíveis, as consultas continuam a ter uma grande relevância, com mais de 428 milhões de visualizações em 2023, o que demonstra um enorme aumento face às mais de 283 milhões de consultas registadas no ano anterior.

Os pagamentos de serviços (de água, energia, televisão, entre outros) foram responsáveis por 90,8 milhões de operações, enquanto as transferências chegaram aos 51,9 milhões em 2023. Todas as categorias disponíveis, sejam operações realizadas ou montantes movimentados, registam um crescimento face ao ano anterior de 2022.

"A EMIS é uma empresa tecnológica e, ao longo dos anos, tem procurado construir soluções baseadas em tecnologia para contribuir para a massificação dos pagamentos electrónicos em Angola. Nesse sentido, o Express deu início a um processo de transformação digital conhecido por tokenização do cartão de pagamento", explica a empresa que gere a rede Multicaixa.

Apesar do grande peso do canal Express e da aparente mudança de hábitos, o conjunto das categorias relativas à utilização das Caixas Automáticas e dos Terminais de Pagamentos Automáticos (TPA) - onde é obrigatório utilizar um cartão físico, argumento que marca a diferença face ao Express - demonstram que os cartões ainda são muito relevantes para os utilizadores da rede Multicaixa.

(Leia o artigo integral na edição 774 do Expansão, de sexta-feira, dia 03 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)