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Angola

Preços dos produtos alimentares no mercado informal sobem 2% em Julho

NA PROVÍNCIA DE LUANDA

Quanto ao mercado formal, registou-se uma redução de 1%, ou seja, ainda não se sentem os efeitos da subida do gasóleo e dos transportes. Se a análise for feita em termos homólogos, em relação a Julho do ano passado, os preços caíram 4% no mercado informal e subiram 7% nos hiper e supermercados.

Os preços de alguns dos produtos alimentares mais consumidos pelas famílias angolanas registaram, no último mês de Julho, uma subida de 2% face ao mês anterior (Junho), de acordo com a comparação dos preços de 18 produtos seleccionados pelo Expansão nos mercados informais Catinton e Asa Branca. A recolha de preços foi feita antes dos saques nos estabelecimentos comerciais em Luanda.

O aumento dos preços no mercado informal entre Junho e Julho pode ser justificado pela subida do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro (no âmbito da retirada gradual pelo Governo do subsídio aos combustíveis, iniciada em 2023), e também por efeitos sazonais associados à época do ano, menos propicia à produção agrícola, entre outros factores que impactam a actividade económica. Este contexto pressionou o aumento do preço dos fretes no transporte de mercadorias que, associado à subida das tarifas dos transportes públicos colectivos urbanos, tem impacto nas cadeias comerciais e no preço final ao consumidor.

Entre os produtos que registaram maiores subidas nos preços, destacam-se a caixa de massa e o saco de arroz, que estão entre os mais consumidos pelas famílias angolanas. O saco de arroz, por exemplo, que no final de Junho custava cerca de 18.600 Kz, passou agora a custar 19.900 Kz, um aumento de 7%. Já a caixa de massa aumentou 6% ao sair de 6.150 Kz para 6.500 Kz.

Estas subidas nos preços impactam directamente no orçamento das famílias. Fátima Buco, que fazia compras no mercado do Asa Branca, foi surpreendida pelos preços mais altos associados à maioria dos bens que pretendia adquirir. "Vim com um orçamento já calculado para adquirir os alimentos suficientes para manter a família durante o mês e agora fico de mãos atadas, porque os preços estão mais altos. O arroz, a massa, a coxa de frango. Não sei mais onde cortar gastos para conseguir garantir a alimentação do mês", declarou a dona de casa.

Já Carolina Albano, que foi à praça do Catinton para adquirir alguns produtos para levar até à província do Cuanza Norte, onde residem os pais, que são camponeses, também foi surpreendida pela subida dos preços. "Notei que o preço do arroz e do óleo estão mais altos. Neste caso tenho de tentar ver um arroz mais barato, mas a qualidade dos mais baratos é péssima. O óleo que uso já é o mais barato, por isso a solução é mexer na quantidade. Só resta economizar para ver se o mês termina e não passo fome", lamentou.

São os mercados informais (ou municipais) que abastecem a mesa da maior parte das famílias angolanas, principalmente as de baixa renda, já que os preços podem custar entre três e quatro vezes menos do que nos supermercados, ainda que com uma oferta de menor qualidade. As empresas estão sujeitas a despesas mais elevadas ao nível dos espaços comerciais, dos custos associados aos trabalhadores e do peso relacionado ao pagamento de licenças e impostos - com os preços a reflectirem esses custos operacionais.

120 mercados informais

De acordo com um estudo feito pelo Centro de Estudos Económicos do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC), existem mais de 120 mercados informais activos de bens alimentares em Luanda. Os mercados do Catinton e Asa Branca estão entre os maiores mercados grossistas da capital e servem também de abastecimento para outros estabelecimentos comerciais. O mercado Catinton, por exemplo, com cerca de 2.800 vendedores, além dos vendedores ambulantes, fornece produtos provenientes de outras províncias, comercializados a grosso e semi-grossista.

Quanto ao mercado formal, com base na comparação de 11 produtos nos hipermercados Kero, Candando e Maxi, no mês de Julho registou-se uma redução de 1% em relação a Junho, ou seja, ainda não se sentem os efeitos da subida do gasóleo e dos transportes.

Por outro lado, se a análise for feita em termos homólogos, os preços dos alimentos caíram 4% no mercado informal e aumentaram 7% no formal. No mercado informal, o cabaz do Expansão ficou 5.200 Kz mais barato, ao totalizar 127.175 Kz, em Julho deste ano, contra os 132.375 do mesmo período do ano passado. Já o preço do cabaz do Expansão referente ao comércio formal, que inclui menos produtos (ver infografia), aumentou 2.853 Kz no mesmo período - passou de 39.900 Kz para 42.753 Kz.

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