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Angola

Petróleo e distância prejudicam trocas comerciais entre Angola e Rússia

PRIMEIRA CIMEIRA RÚSSIA-ÁFRICA

Os russos estão a desinvestir no sector financeiro em Angola, com a venda de participações no VTB África. Mas mantêm a parceria estratégica nos diamantes e anunciam investimentos no sector dos petróleos. De acordo com o relatório do comércio externo das alfândegas do país liderado por Vladimir Putin, no 2.º semestre de 2019, as trocas comerciais cifraram-se em 26 milhões USD.

Angola participou na primeira Cimeira Rússia-África, que terminou na quinta-feira, em Sochi, com a participação de 50 países africanos, e que se realiza numa altura em que os dois Estados anunciam a intenção de fomentar as trocas comerciais e o investimento, mas em que o banco russo VTB reduz a sua participação no VTB África, banco sediado em Luanda.

As trocas comerciais entre Angola e Rússia, no segundo semestre de 2019, estão cifradas em 26 milhões USD, o que representa uma queda de 40% em relação ao período homólogo. Um factor constante nestas relações é que os russos vendem muito mais do que compram a Angola. A cesta de exportação à Rússia é constituída, fundamentalmente, por madeira e seus derivados, metais de sucata e pedras preciosas.

Do outro lado, entre os principais 10 produtos russos de exportação estão bens e serviços militares, equipamentos eléctricos e seus componentes, livros e produtos da indústria gráfica, combustíveis minerais e derivados de petróleo e fertilizantes.

É necessário recuar até 2016, data em que as trocas comerciais entre os dois países registaram 568 milhões USD, o valor mais alto dos últimos 10 anos impulsionado pela compra de Angola à Rússia de material designado pelas Alfândegas da Rússia como "classificado", nome atribuído ao bens e serviços relacionado com as compras de armamento e serviços militares que, naquele ano, correspondeu a 70% do valor das vendas da Rússia a Angola. No período em referência, de acordo com a mesma fonte, Angola apenas vendeu à Rússia bens e serviços equivalentes a 15 mil USD.

Um estudo elaborado pelo Instituto Sul-africano de Assuntos Internacionais, com a participação de dois investigadores russos, justifica o baixo volume das trocas comerciais entre os dois países com a falta de complementaridade entre as economias dos dois países.

De acordo com o documento, "tanto Angola como a Rússia são exportadores de hidrocarbonetos, produto que constitui o pilar de apoio das respectivas economias. Actualmente, Angola não produz nada que seja de particular interesse para a Rússia para justificar a expansão dos fluxos comerciais nessa direcção", lê-se no documento designado Angola e Rússia, o renascimento de uma parceria estratégica. O estudo aponta como uma alternativa para alterar o actual quadro e aumentar o comércio entre os dois países o potencial de Angola para fomentar e diversificar a produção, especialmente em produtos em que a Rússia é um grande importador, como o café e outros alimentos. (...)


(Leia o artigo integral na edição 547 do Expansão, de sexta-feira, dia 25 de Outubro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)