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Angola

Agroindústria, madeiras, siderurgia, fertilizantes, têxteis e calçado são prioridade até 2027

PROGRAMA DE FOMENTO DA PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA TRANSFORMADORA

O Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027 tem um plano que visa preparar o caminho para transformar a indústria do País. Mas, segundo o documento, ainda estamos na fase dos muitos estudos e preparação de dossiers. Mais do mesmo, alertam os especialistas.

O Programa de Fomento da Produção da Indústria Transformadora que consta no Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027 estabelece quatro eixos prioritários para desenvolver a indústria no País nos próximos anos, aumentando o número de indústrias transformadoras instaladas no País.

Trata-se do programa 59, entre um total de 79, que estabeleceu como quatro objectivos o desenvolvimento da agroindústria, a aceleração da produção intensiva em recursos extractivos e energia, a aposta na indústria ligeira e o incentivo à montagem local de elevado valor.

O desenvolvimento da agroindústria tem o objectivo de assegurar a auto-suficiência alimentar e impulsionar o crescimento económico e, para isso, "é fundamental consolidar as cadeias de valor da agroindústria", de forma a substituir as importações e promover as exportações. Neste sentido, segundo o PDN, o Executivo vai elaborar estudos específicos sobre as potencialidades de industrialização de determinados produtos e subsectores, com especial foco nos produtos na fileira dos grãos, hortícolas, lacticínios, mandioca, açúcar, café, mel, entre outros.

Estes estudos deverão orientar políticas públicas e atrair investimento para os sectores, tanto na indústria como na agropecuária. Uma das medidas passa também por promover workshops e acções de divulgação do potencial das cadeias de valor seleccionadas em colaboração com a AIPEX, bem como reabilitar o Centro de Formação Profissional da Indústria Alimentar.

Algumas das metas a concluir até 2027 são o aumento do número de unidades industriais do subsector da agroindústria dos 169 registados em 2023 até aos 234 dentro de três anos, ou seja, mais 65. Outra das metas é a abertura de 60 unidades industriais no subsector da indústria pesqueira e de transformação de carne até 2027.

Quanto ao segundo eixo, que visa acelerar a produção intensiva em recursos extractivos e energia, está assente em dois objectivos. O primeiro passa pelo desenvolvimento da cadeia de valor dos produtos metálicos. "A produção de produtos metálicos, como o aço e outros derivados do ferro, tem ampla aplicabilidade em sectores como a construção civil, infraestruturas, indústria automóvel, entre outros. Ao desenvolver esta cadeia de valor criam-se empregos qualificados, diversifica-se a economia e reduz-se a dependência de importações", refere o documento. É nesse sentido que o Executivo pretende impulsionar a indústria de aproveitamentos siderúrgicos e metálicos, estando disposto a criar parcerias público-privadas para o efeito. A meta principal é aumentar o volume de negócios de produtos siderúrgicos e metálicos, passando dos 447 milhões USD em 2023 para os 972 milhões em 2027, o que representaria um aumento de 117%.

Ainda dentro do segundo eixo do programa 59, o Governo pretende desenvolver a cadeia de valor de fertilizantes e espera que até 2027 se dê inicio à produção nacional destes produtos, financiada e gerida pelo sector privado.

Têxtil, calçado e madeiras

O terceiro eixo deste programa - aposta na indústria ligeira - visa o desenvolvimento de indústrias intensivas em mão-de-obra, o que para vários especialistas será uma forma de aproveitar a alta disponibilidade de jovens não qualificados no País, contribuindo para a queda do desemprego que, no final de 2023, bateu nos 31,9%.

Assim, um dos objectivos é o desenvolvimento da indústria têxtil e de confecções e calçado, cujos produtos, dada a incapacidade de produção em Angola, são maioritariamente importados, o que acaba por influenciar os preços. Só para se ter uma ideia, no ano passado, a inflação nacional foi de 20,01%, enquanto só no sector de vestuário e calçado os preços subiram 23,23%, de acordo com cálculos do Expansão com base nos relatórios mensais do Índice de Preços no Consumidor do Instituto Nacional de Estatística (INE). "Iremos desenvolver acções de captação de investimento directo estrangeiro para a produção de têxteis, matérias-primas e acessórios da indústria de confecções, em colaboração com a AIPEX. Criaremos também um centro de formação da indústria têxtil e de confecções e calçado, em colaboração com a Associação das Indústrias Têxteis e Confecções de Angola (AITECA), com o objectivo de formar e capacitar a força de trabalho", refere o documento.

Leia o artigo integral na edição 773 do Expansão, de sexta-feira, dia 26 de Abril de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)