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Sonair "corta" mais de 400 trabalhadores antes da privatização

EMPRESA COMEÇOU A NEGOCIAR SAÍDAS NO ÂMBITO DA REESTRUTURAÇÃO

A empresa, do ramo non-core da Sonangol, está a negociar primeiro com os trabalhadores com mais de 15 anos de serviço e 50 anos de idade. Alguns trabalhadores serão integrados na TAAG, que vai adquirir os dois Boeing 737 da Sonair, que asseguravam as rotas domésticas, suspensas no final de Novembro.

Os trabalhadores da Sonair receberam cartas convite para negociar a sua saída, no âmbito do processo de reestruturação, que prevê a dispensa de até 490 dos 700 trabalhadores que compõem os quadros da empresa, apurou o Expansão junto de vários funcionários da empresa.

Nesta fase, foram notificados os trabalhadores com mais de 15 anos de serviço e 50 anos de idade, com especial destaque para os que estão enquadrados nas categorias de "trabalho penoso" e que, de acordo com a Lei Geral do Trabalho, podem negociar a reforma antecipada, mantendo os benefícios do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

De acordo com fontes da empresa estão a ser convidados a negociar a saída pilotos, pessoal de cabine, oficiais de operações, mecânicos e pessoal de terra, entre os quais se incluem administrativos e motoristas. Os trabalhadores com mais de 15 anos de casa, mas com menos de 50 anos de idade não receberam cartas convite, nesta primeira fase de dispensas.

O processo de reestruturação prevê o redimensionamento entre 50 a 70% dos 700 trabalhadores da empresa e exclui, para já, o despedimento, fora das negociações, como apurou o Expansão, que, apesar das tentativas junto da direcção de comunicação da Sonair, não conseguiu obter esclarecimentos oficiais. As saídas serão negociadas, caso a caso.

Aos trabalhadores que aceitarem sentar-se à mesa das negociações, a empresa está a oferecer assistência médica sem custos, incluindo para a família, na Clínica Girassol, onde hoje estes serviços são comparticipados pelos trabalhadores. A empresa oferece ainda a totalidade do valor do plano de reforma da Sonangol.

"A situação financeira da empresa não é boa. Estamos em falência técnica, no mínimo, há três anos e esta negociação é uma oportunidade para alguns trabalhadores saírem bem", confidenciou ao Expansão um dos trabalhadores.

A Sonair faz parte do portfolio de empresas do sector empresarial público que serão privatizadas até 2021. Na eventualidade de até aí ser declarada falência, os trabalhadores podem ser despedidos sem as condições que estão a ser oferecidas hoje.

A estratégia de reestruturação, no que diz respeito aos quadros, passa pela inclusão de alguns trabalhadores em outras subsidiárias do grupo Sonangol e também na TAAG, como confirmou o porta-voz da transportadora aérea nacional, Carlos Vicente. (...)


(Leia o artigo integral na edição 553 do Expansão, de sexta-feira, dia 6 de Dezembro de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)