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Crude cai apesar do ataque do Irão

SEMANA DE 12 A 17 DE ABRIL

Queda do petróleo reflecte cautela dos investidores e incertezas em relação à potencial retaliação de Israel. Efeito limitado nos preços do barril pode ser ainda resultado de um preço que já se encontra em níveis relativamente elevados.

Após a ofensiva do Irão contra Israel, no último sábado, os mercados mostraram-se incertos devido, sobretudo, aos receios de uma resposta de Israel e uma intensificação do conflito na região. Contudo, os efeitos parecem ter sido limitados, especificamente, no mercado petrolífero.

Até à sessão de quarta-feira, o Brent em Londres continuava a negociar perto do intervalo dos 85 - 90 dólares por barril, evidenciando, inclusive, uma queda comparativamente à semana anterior. Esta evolução poderá estar a reflectir alguma cautela por parte dos investidores, uma vez que na sequência do ataque, vários países do Ocidente, e da própria região, opuseram-se claramente a quaisquer ataques de retaliação. Adicionalmente, o efeito limitado dos ataques nos preços do barril pode ser também resultado de um preço que já se encontra em níveis relativamente elevados, considerando riscos anteriores percebidos com o início do conflito Rússia- -Ucrânia e Israel-Hamas.

No entanto, as incertezas que permanecem em relação à potencial resposta israelita continua a influenciar as perspectivas de estabilidade dos mercados. As bolsas desvalorizaram, em média, mais de 1% nos últimos 7 dias, enquanto no mercado de commodities alimentares o açúcar destacou-se com uma queda de mais de 8%, podendo também reflectir distúrbios na oferta. Esta semana foi noticiada uma redução na produção na Índia, o segundo maior produtor mundial desta commodity.

Paralelamente, o desempenho das bolsas era penalizado pelas recentes declarações do presidente da Reserva Federal (Fed). O responsável sugeriu um prazo maior (inicialmente apontado para Junho 2024) para que se comecem a cortar os juros. A nova perspectiva da Fed considera os recentes dados da inflação homóloga nos EUA, que acelerou para 3,5% em Março, ficando acima dos 3,2% registados no mês anterior.

Por fim, esta semana o FMI publicou um conjunto de reportes enquanto decorria o habitual encontro de Primavera das instituições de Bretton Woods, com destaque para o " World Economic Outlook" e o "Global Financial Stability Report". O FMI reviu em alta o crescimento global deste ano para 3,2% (+0,1 pontos percentuais que em Janeiro), mas apontou para a existência de riscos associados a estas projecções, com realce para os efeitos de um início prematuro dos cortes de juros pelos bancos centrais.