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África

União Africana afina máquina fiscal para travar fuga de capita

ÁFRICA PERDE TODOS OS ANOS 89 MIL MILHÕES USD EM FLUXOS ILÍCITOS, SEGUNDO ESTIMATIVA DA UNCTAD

Durante três dias, ministérios das finanças, autoridades tributárias, académicos e peritos da União Africana vão discutir, em Yaoundé (Camarões), os pilares de uma arquitectura fiscal que ajude a mobilizar receitas e que diminua os fluxos fiscais ilícitos no continente, estimados anualmente em 89 mil milhões USD.

África perde cerca de 89 mil milhões USD anualmente devido a fluxos financeiros ilícitos, o que equivale a 3,7% do seu Produto Interno Bruto (PIB), segundo estimativa da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), enquanto os incentivos fiscais contribuem para uma perda adicional de 220 mil milhões USD.

É com estas perdas como pano de fundo que o Subcomité sobre Fluxos Fiscais e Ilícitos Financeiros (IFFs) da União Africana reúne, de 8 a 10 de Maio, em Yaoundé, nos Camarões, para analisar as reformas fiscais no continente e melhorar a capacidade de os países africanos "gerarem receitas no meio de normas e debates fiscais internacionais em evolução".

A resolução destas questões "exige esforços concertados para promover a transparência fiscal, aumentar a eficiência e garantir a responsabilização na administração fiscal", sublinha o Departamento de Desenvolvimento Económico, Comércio, Turismo, Indústria e Minerais (ETTIM) da Comissão Africana, entidade que organiza o encontro de três dias. A reunião junta especialistas e altos funcionários dos ministérios das finanças, administrações fiscais, agências governamentais especializadas, peritos da União Africana, representantes das comunidades económicas regionais e especialistas fiscais africanos, além de organizações internacionais e regionais e academia.

A reunião visa aprofundar o debate e fornecer recomendações práticas para que África se envolva proactivamente nas discussões sobre a reforma fiscal global, particularmente no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas (ONU) sobre a Cooperação Fiscal Internacional. Este trabalho é o reconhecimento do papel fundamental que um sistema fiscal eficaz desempenha na protecção e expansão da base tributária, essencial para promover o crescimento inclusivo, reduzir a desigualdade e garantir a soberania fiscal.

Leia o artigo integral na edição 774 do Expansão, de sexta-feira, dia 03 de Maio de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)