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EXPANSÃO - Página Inicial

Universidade

923 vagas para novos professores com uma greve dos docentes à vista

ENSINO SUPERIOR

Enquanto o MESCTI lança novas vagas para docentes e investigadores, o Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Angola (SINPES) vai retomar a greve em Março para reivindicar "salários condignos" e seguros de saúde, embora reconheça que há uma necessidade gritante de docentes.

O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação anunciou a abertura do concurso público para o ingresso de 923 docentes, dos quais 858 para o regime especial do subsistema do ensino superior e 65 para o subsistema de ciência e tecnologia.

O anúncio de vagas acontece numa altura em que o Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Angola (SINPES) vai realizar uma greve em Março para reivindicar os dois pontos "fracturantes" do caderno reivindicativo, nomeadamente "salários condignos" e seguros de saúde.

Os candidatos apurados vão ser encaminhados para a carreira docente, bem como a de investigador para os dois subsistemas de ensino superior, de acordo com o decreto conjunto n.º 6/24 de 19 de Janeiro.

Das 40 instituições públicas, a Universidade Agostinho Neto é a que vai receber a maior quota com 105 vagas, das quais 11 para auxiliares de investigação, 31 assistentes de investigação e 63 estagiários de investigação.

A Universidade do Namibe vai receber 49 vagas para docentes e oito para investigadores, Mandume ya Ndemufayo, localizada na província da Huíla, 45 para docentes e cinco para investigadores, de Luanda 42 para docentes e cinco investigadores, a Universidade 11 de Novembro, em Cabinda, receberá 43 para docentes e quatro para investigadores. Para as Universidades Katyavala Bwila (em Benguela) estão disponíveis 37 vagas para docentes e duas para investigadores, enquanto a Rainha Njinga Mbande (Malanje) vai ter 38 vagas para docentes e quatro para investigadores.

Já as Universidades Kimpa Vita (Uíge) e José Eduardo dos Santos (Huambo) terão 34 para docentes, mais três e seis destinadas a vagas para investigadores, respectivamente. A Universidade Lueji a Nkonde (Lunda-Norte) vai receber 29 candidatos para docentes e nove para investigadores e a do Cuito Cuanavale (Cuando Cubango) terá 25 para docentes e dois investigadores.

O Centro Nacional de Investigação terá seis vagas para investigadores. Além das universidades, os institutos superiores também estarão abrangidos. O ISCED- -Luanda e o ISCED-Huíla terão 30 vagas disponíveis. Já os ISCED-Cabinda e de Benguela terão 25 vagas cada. ISCED-Uíge 21 vagas. O Instituto Superior Politécnico do Cuanza-Sul terá 26 vagas, bem como os Institutos Superiores Politécnicos de N"Dalatando e do Bengo 23 vagas cada. Os Institutos Superiores Técnicos do Bié e Moxico terão 21 cada, os Politécnicos do Soyo e as Escolas Superiores Pedagógicas do Bengo terão 20, cada uma. Bié fica com 19 e Cuanza-Norte 22. A Escola Superior de Artes e Humanidades do Mbanza Kongo terá 17 vagas.

Para o Secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio Alves da Silva, as vagas estão cabimentadas por instituição e caberá a cada instituição fazer a abertura do concurso em função das vagas, pois terão de apontar a data e os requisitos exigíveis para cada área.

Questionado sobre o facto de abrir vagas para novo professores numa altura que os actuais professores reclamam de "salários condignos e seguros de saúde", o secretário de Estado para o Ensino Superior explicou apenas que o Governo já tem disponibilidade financeira para enquadrar novos professores e dar resposta à falta de docentes e investigadores.

Para o secretário-geral do SINPES, Eduardo Peres Alberto, há uma necessidade gritante de professores no ensino superior e este ingresso de novos professores e investigadores vai aliviar a pressão que há.

"Mas também é importante dizer que estes são sinais de que afinal há mesmo dinheiro para poder dar resposta às reivindicações dos professores! No entanto, penso que o Governo tinha de resolver primeiro a situação daqueles que já estão na carreira e depois tratar do ingresso de novos docentes. Enquanto não forem resolvidos os pontos fracturantes, vamos continuar, porque se há dinheiro para carros topo de gama então tem de haver para o ensino", sublinha.