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Opinião

Pedidos ao PR sobre a cooperação com a China

Editorial

"Os dois estadistas registaram, com satisfação, que, desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, a cooperação bilateral tem registado uma evolução positiva, como se pode constatar pela sua substancial contribuição para o sucesso do Programa de Reconstrução Nacional da República de Angola."

O parágrafo anterior é o ponto 6 do comunicado final da visita que o ex-Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, efectuou à China, de 8 a 13 de Junho de 2015, a convite do seu homólogo chinês Xi Jinping.

"A relação do volume de fundos postos à nossa disposição, traduzidos hoje na dívida que temos para com a China, implicaria, em situação normal, resultados mais visíveis", reconheceu o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, citado pelo Jornal de Angola desta quinta-feira, 11 de Outubro de 2018, num artigo sobre a visita que o Presidente de Angola, João Lourenço, efectuou à China esta semana a convite do seu homólogo chinês Xi Jinping.

Em pouco mais de três anos, a avaliação das relações entre a Angola e a China passou de 80 para 8.

Costuma dizer-se que reconhecer um problema é o primeiro passo para o resolver. Faltam muitos mais. Aponto dois que podem ajudar.

Para corrigir o que está mal, é necessário perceber o que correu mal. Por isso, senhor Presidente, contrate universidades angolanas e dê-lhes via verde para entrarem nos Ministérios, a começar pelas Finanças, para fazerem o balanço da cooperação Angola-China até ao momento: Quanto dinheiro entrou, onde foi aplicado, quanto pagámos, quanto devemos e o que ganhámos.

Futuramente, divulgue cada kz que entrar em Angola proveniente da China e qual o seu custo, em termos de taxa de juro e de outras condições contratuais, incluindo as garantias.

Em cada obra chinesa, e não só, mande colocar um cartaz a dizer o que é, quanto custa, qual o prazo de construção e a identificar o ministro responsável, o projectista, o construtor e o fiscal.

Vai ver que as coisas vão melhorar. Não que tenha ilusões sobre as linhas de crédito. Não tenho. Da China ou de outros países. Actualmente, a maior parte do financiamento de Angola vem de linhas de crédito e os mercados desempenham um papel residual, quando deveria ser o contrário.

Editorial da edição n.º 494, de 12 de Outubro de 2018, já disponível em papel ou em versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui.