Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Opinião

INE volta a meter água, desta vez com a inflação

Editorial

12 de Outubro 2018 - Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga a Folha de Informação Rápida (FIR) do índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) de Setembro de 2018, que revela que o custo de vida na Província de Luanda nesse mês aumentou 4,8% face a Agosto. A culpa foi da classe Habitação, Água, Electricidade e Combustíveis, cujos preços disparam 46,5% na sequência da actualização das tarifas da EPAL, contribuindo com 3,75 pontos percentuais para a inflação mensal de Setembro em Luanda.

16 de Outubro - Na sequência de uma chuva de emails, telefonemas e pedidos de esclarecimentos sobre a variação de preços registada no mês de Setembro de 2018, particularmente, na classe Habitação, Água, Electricidade e Combustíveis, particularmente no produto Água", o INE informa que vai reavaliar os números da inflação de Setembro. Em causa eventuais erros de interpretação ou análise das alterações das tarifas variável e fixa previstas no Decreto Executivo Conjunto 230/18, de Junho.

17 de Outubro - O INE informa que, analisado o conteúdo do diploma legal que veio alterar o tarifário da Água a partir de Setembro passando a apresentar tarifas fixas e variáveis, não detectou qualquer inconformidade metodológica nem de recolha por parte do instituto e que, por isso, mantém a FIR do IPCN de Setembro tal como foi divulgada no dia 12.

12 de Novembro - O INE informa que a FIR do mês de Setembro, referente ao IPCN do mês de Setembro 2018, foi alterada. A variação da tarifa do produto Água, incluído na classe Habitação, Água, Electricidade e Combustíveis, foi recalculada com base somente na parte variável do novo tarifário já que a parte fixa não é comparável com o mês precedente nem com o homólogo por não existir no tarifário anterior.

Em consequência dessa alteração, o aumento dos preços da classe Habitação, Água, Electricidade e Combustíveis na província de Luanda quedou-se pelos 18,8% em vez dos 46,5% anunciados em 12 de Outubro, suspensos a 16 e confirmados a 17. A classe contribuiu com 1,5 pontos percentuais para a variação do índice geral de preços da capital que subiu apenas 2,8%, contra os 4,8% anunciados anteriormente.

Ao dar o dito por não dito, com a inflação de Setembro, o INE reconhece que meteu água. Toda a gente se engana, diz o ditado popular. Mas o INE não é toda a gente. É só o produtor de estatísticas oficiais em Angola que servem de base a decisões do Estado, das empresas e das famílias.

Editorial da edição n.º 499, de 16 de Novembro de 2018, já disponível em papel ou em versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui.