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Desenvolver o talento científico de África

Opinião de Daniel Mundeva*

Há dez anos, o físico sul-africano Neil Turok fez uma previsão ousada: o próximo Einstein do mundo virá de África. Uma década mais tarde, vale a pena ponderar se o continente está mais perto de encontrar o próximo génio global.

Estatisticamente, existe uma grande probabilidade que isso possa acontecer. Em 2050, 40% de todos os jovens do mundo serão africanos. Contando apenas com a demografia, é óbvio que África está destinada a gerar prodígios da ciência e da tecnologia.

Os africanos já lideraram a ciência mundial. Na verdade, algumas das maiores inovações da humanidade - das vacinas à cirurgia cerebral - foram introduzidas por africanos. Um dos mais antigos dispositivos de medição usados, o Osso de Lebombo, foi esculpido por pessoas que se acredita terem vivido há perto de 35.000 anos na actual eSwatini (Suazilândia). Por outras palavras, a própria matemática é uma invenção africana.

Durante décadas, eruditos da ciência e da política como Calestous Juma, um defensor global do desenvolvimento sustentável assente na ciência, e Wangari Maathai, uma activista ambiental e laureada com o prémio Nobel, promoveram a agenda científica de África. Agora que estes visionários desapareceram, África precisa de um novo conjunto de especialistas que possam inspirar as futuras gerações de investigadores éticos e motivados pelo interesse público. Mas como garantimos que África descobre, apoia e desenvolve cientistas inovadores e disruptores? O elemento em falta tem sido um sistema africano de ensino que apoie a inovação na investigação, e que proporcione ao próximo cientista africano revolucionário a formação e o apoio de que ele ou ela precisa - em África. (...)

*Gerente de programas de educação e aprendizagem na Fundação Mastercard