A produção agro-pecuária tem enfrentado sérios desafios para o seu desenvolvimento, mas nos últimos três anos a produção da mandioca, nas explorações agrícolas familiares e empresariais tem dominado. Só na campanha agrícola 2022/2023, a produção da mandioca cresceu 6,6% para 10,5 milhões de toneladas. Os dados são do "Anuário Estatístico da Agricultura e Florestas 2023, do Ministério da Agricultura e Floresta.

O anuário indica que a área semeada das diferentes fileiras praticadas nas explorações agrícolas familiares e empresariais nas últimas duas campanhas agrícolas, de 2021/22 para 2022/23, registou um crescimento de 1,2%, que corresponde a mais 6 milhões de hectares cultivado.

As áreas semeadas nas explorações agrícolas familiares contribuíram com 91,3% do total, contra apenas 8,7% das explorações agrícolas empresariais. Em termos de fileiras nas explorações agrícolas familiares, a produção de cereais, em termos de área semeada, cresceu 0,9%, ou seja, no final do ano agrícola os resultados do anuário indicam que foram semeados nas explorações empresariais e familiares, um pouco mais de 2,9 milhões de hectares (ha) com cereais, 53.6% da superfície cuttivada em Angola. Seguiram-se a fileira de raízes e tubérculos com 1,2 milhões ha, ou seja, mais 22,3% em relação a campanha de 2021/2022.

Em termos de contribuição percentual da área semeada nas explorações agrícolas familiares, as hortofrutícolas representam perto de 55%, enquanto as raízes e tubérculos ficaram com 15%.

Já os cereais representaram 12% e as leguminosas ficaram nos 11%. As frutas não passaram de 7% das terras aráveis. O relatório anual do Ministério da Agricultura e Florestas indica que os resultados das explorações agrícolas empresariais na campanha 2022/2023, mostra um mapa dominado pela produção de cereais. Ou seja, entre 2022 e 2023, a área semeada nas explorações agrícolas empresariais por tipo de fileiras, apontam que os cereais foram os mais cultivados na última campanha agrícola, enquanto as raízes e tubérculos posicionaram-se em segundo lugar. Em termos de variação a área semeada, entre 2022/2023 cresceu 4,2%.

Nas explorações agrícolas empresariais, a área semeada foi de 522.770 ha dos quais a fileira dos cereais contribuiu com 48,0% seguida das fileiras de Leguminosas e Oleaginosas (17,6%) e Raízes e Tubérculos (15,5%).

Relativamente a área colhida nos dois tipos de explorações (familiares e empresariais) na campanha agrícola 2022/23, foi de 5,4 milhões ha onde cada uma das explorações colheu 90,9% e 9,1% respectivamente. Isto mostra o peso que a agricultura familiar tem no total da produção nacional.

Produção das principais culturas

A nível da produção por fileiras na campanha 2022/23, nas explorações agrícolas familiares e empresariais, as raízes e tubérculos lideram folgadamente com mais de 13,7 milhões ton, seguida da fileira das frutas com quase 6,5 milhões ton, com os cereais a ocuparem o terceiro lugar do ranking com 3,4 milhões ton.

Duma forma global em todas as fileiras foram registadas crescimentos e o maior realce vai para fileira das hortícolas que registou um crescimento de 67,4%, alavancado por uma produção excepcional de alho nas explorações familiares e de tomate nas fazendas comerciais. Seguiu-se a fileira das frutas com mais 6,7%, que corresponderam a um aumento de quase 410 mil toneladas, em que a banana foi o maior contribuinte.

No total produziram-se quase 6,5 milhões ton, sendo que 4,3 milhões vieram da agricultura familiar, um crescimento de 7,1%. A banana e o ananás valeram mais de 86% deste valor. Recorde-se que a exportação de banana já acontece com alguma regularidade, o que motiva outros agricultores a entrarem neste segmento. Como curiosidade diga-se que a banana é a produção agrícola mais importante nas explorações familiares, com mais do dobro da produção de mandioca, que lidera em termos globais.

Leia o artigo integral na edição 780 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Junho de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)