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Angola

PGR apreende malas com milhões em dólares e euros na posse de oficiais generais da Presidência já exonerados

Dinheiro, residências e viaturas

Quase à mesma hora a que esta segunda-feira a página oficial da Presidência anunciava que o Presidente da República acabava de exonerar vários oficiais afectos à sua Casa de Segurança, chegava às redacções uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR) a informar sobre a apreensão de "valores monetários em dinheiro sonante, guardados em caixas e malas, na ordem de milhões, em dólares norte americanos, em euros e em kwanzas, bem como residências e viaturas", no âmbito de um processo de investigação "em que estão envolvidos oficiais das Forças Armadas Angolanas afectos à Casa de Segurança do Presidente da República".

A nota da Procuradoria adianta que os oficiais são suspeitos "de cometimento dos crimes de peculato, retenção de moeda, associação criminosa e outros", e que "os factos que estiveram na base da abertura do aludido processo remonta há muitos anos".

Na semana passada, tinha sido detido em flagrante o chefe das finanças da banda musical da Presidência da República, major Pedro Lussaty, no momento em que transportava duas malas carregadas com 10 milhões de dólares e 4 milhões de euros, que, de acordo com notícia do Novo Jornal, o investigado "não justificou a posse e, alegadamente, procurava retirar o dinheiro do país", que a PGR confirma tratar-se do mesmo processo.

Segundo notícia da TPA, no dia 10 de Maio, os agentes do Serviço de Informação e Segurança do Estado detectaram numa residência do condomínio Imbondeiro, propriedade de Pedro Lussaty, 19 malas com dinheiro. As "malas milionárias continham 10 milhões USD, mais de 700 mil euros e mais de 800 milhões de Kwanzas, 2 dezenas de relógios de luxo revestidos de diamantes e ouro rosa", tendo sido igualmente apreendidas 40 viaturas topo de gama e 45 imóveis registados em seu nome.

De acordo com a nota da Casa Civil do Presidente da República, foram exonerados seis oficiais generais da Presidência, entre os quais está o "tenente-general Ernesto Guerra Pires, do cargo de consultor do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, e o tenente-general Angelino Domingos Vieira, do cargo de secretário para o Pessoal e Quadros da Casa de Segurança do Presidente da República".

Afastados dos cargos foram ainda o "tenente-general José Manuel Felipe Fernandes, secretário-geral da Casa de Segurança do Presidente da República, e o tenente-general João Francisco Cristóvão, director de gabinete do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República".

Na lista de exonerados constam também o tenente-general Paulo Maria Bravo da Costa, do cargo para a logística e infraestruturas da Casa de Segurança do Presidente da República, e o brigadeiro José Barroso Nicolau, antigo assistente principal da Secretaria para os Assuntos dos Órgãos de Inteligência e Segurança de Estado da Casa de Segurança de João Lourenço.

A PGR informa que o processo segue a sua tramitação, de forma a determinar bens e valores em causa de todos os agentes envolvidos, bem como "de outras infracções cometidas".