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Mundo

Um castelo de 22 milhões de dólares em Cannes pode custar a reeleição do primeiro-ministro checo

Pandora Papers e os custos políticos do sistema financeiro paralelo

As autoridades policiais da República Checa anunciaram que vão "agir de acordo" com o que foi divulgado pelos Pandora Papers e investigar a compra de um castelo no Sul de França por parte do homem que se recandidata a primeiro-ministro

Os documentos revelados no domingo mostram que Andrej Babis comprou um castelo perto de Cannes, no Sul de França, por 22 milhões de dólares, uma habitação sumptuosa com cinemas e duas piscinas, e que para isso usou empresas de fachada para esconder a sua verdadeira identidade, adiantou o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ).

Através do Twitter, logo de imediato, o departamento de comunicação da polícia checa adiantou que iria investigar e que todas as investigações se estenderiam para além do primeiro-ministro e incluiriam "todos os cidadãos da República Tcheca que são mencionados" nos Pandora Papers.

Babis sugeriu logo no domingo, e também no Twitter, que as revelações dos Pandora Papers são parte de um esforço para "influenciar a eleição checa" e acrescentou que não fez nada "ilegal ou errado". "Eu paguei todos os impostos. Isso é completamente absurdo", afirmou em declarações à uma televisão checa. "O dinheiro foi enviado de um banco checo, era o meu dinheiro e foi tributado".

Mas o assunto está a ser usado pela oposição que exigem mais transparência e denunciam que há sinais evidentes de corrupção "de base". O primeiro-ministro checo é um dos políticos europeus que, aparentemente, tem lutado contra todo o tipo de negócios offshore.

Numa altura em que uma margem estreita separa o partido do actual primeiro-ministro de uma coligação eleitoral oponente, as revelações dos Pandora Papers podem ser decisivas. Além do mais, o consórcio de jornalistas acrescenta a reacção inicial de Babis foi particularmente agressiva e chamou os jornalistas que investigam os documentos dos Pandora Papers como "esquerdistas, neomarxistas e pró-migração".