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Universidade

Programa de envio de 300 licenciados atinge quota definida

PROJECTO ESTÁ AVALIADO NUM TOTAL DE 36 MILHÕES USD

As áreas de formação prioritárias são as engenharias, as tecnologias e as ciências da saúde, consideradas deficitárias no País. Maioria dos candidatos já estuda ou vive no exterior, enquanto os estudantes no País ainda trabalham na carta de aceitação nas universidades estrangeiras.

Na primeira edição do programa, em 2019, o Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) enviou 68 candidatos para o exterior. No ano seguinte, o número subiu para 117 estudantes, depois para 250 e, finalmente, no quarto ano de implementação, foi atingido o objectivo de atribuir 300 bolsas de estudo para estudantes que frequentam as melhores universidades do mundo.

O aumento da quota está relacionado com o maior número de candidaturas e com as melhorias identificadas na preparação dos candidatos. "Finalmente, conseguimos atingir a quota prevista no programa. O número de candidaturas aumentou e o nível de preparação dos candidatos também. Anteriormente, tínhamos de fazer alguma "ginástica" para atingir os objectivos, porque muitos estudantes não chegavam à última fase. Mas nesta edição tivemos mais de 300 apurados, foi necessário seleccioná-los", explica Milton Chivela, director- -geral do INAGBE.

O responsável sublinhou ainda que não houve nenhuma alteração nos requisitos: média final do curso igual ou superior a 16 valores nos níveis precedentes (licenciatura e mestrado), máximo de 30 anos para o mestrado, 35 para o doutoramento, um esboço do projecto de investigação e uma declaração de compromisso para regressar ao País assim que terminar a formação, entre outras regras. Desde o surgimento do programa, a maioria dos candidatos são estudantes que já estão fora do País ou em formação numa universidade colocada no ranking das 600 melhores universidades do mundo em 2020, segundo três listas específicas: Times Higher Education Ranking, QS World University Ranking e ARWU- -Shangai Ranking.

A universidade de destino deve estar localizada num dos seguintes países: África do Sul, Argentina, Austrália, Alemanha, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, EUA, França, Holanda, Hungria, Itália, Japão, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia, Rússia, Singapura, Suíça e Ucrânia.

Portugal e Brasil continuam a ser os países que recebem o maior número de estudantes devido ao factor língua. A maior parte dos bolseiros no Brasil viajou ao abrigo de um acordo assinado entre o Ministério do Ensino Superior e os hospitais das clínicas da Universidade de São Paulo (USP), que prevê formar até 20 médicos especialistas. Depois segue-se o Canadá, EUA, Reino Unido e República Checa.

Entretanto, as áreas prioritárias são as engenharias, as tecnologias e as ciências da saúde, consideradas deficitárias no País. "O objectivo é capacitar o País com quadros formados nas melhores universidades do mundo e, assim, reconhecer o mérito a estudantes ou a mestres que demonstrem elevado desempenho", afirma Manuel Chivela. De acordo com o responsável do INAGBE, a quarta edição está fechada no sentido selectivo. Mas a efectivação da bolsa ainda não está fechada, porque muitos estudantes, que se candidataram a partir do País, estão a trabalhar na carta de aceitação nas universidades exteriores.

O projecto está avaliado num total de 36 milhões USD e foi aprovado em Conselho de Ministros, em 2019. Custa cerca de 11 mil milhões Kz anuais, a que se soma mais 1 milhão USD. O primeiro valor destina-se ao pagamento de propinas e de subsídios para a subsistência dos estudantes nos países de acolhimento. O programa deveria ser executado apenas durante a primeira legislatura de João Lourenço. Mas foi prorrogado, porque o Executivo saído das quintas eleições gerais, realizadas no dia 24 de Agosto, resolveu continuar a apoiar a implementação do programa.