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Angola

Dificuldades financeiras travam envio de bolseiros este ano

GOVERNO CONGELA PROGRAMA PARA MELHORES UNIVERSIDADES DO MUNDO

O Governo não vai enviar este ano bolseiros para o estrangeiro ao abrigo do programa de envio anual de 300 licenciados/mestres para melhores universidades do mundo, por dificuldades financeiras.

Segundo um comunicado do Ministério da Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) a que o Expansão teve acesso, este ano não serão aceites candidaturas "por razões de ordem financeira". No entanto, o documento avança que os estudantes que já estão neste programa vão continuar a beneficiar da bolsa de estudo.

Perante esta situação, o MESCTI garante que este ano pretende desenvolver acções para o estabelecimento de acordos e parcerias com países e instituições no exterior, que oferecem formação superior de elevado padrão em áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento nacional e com custos financeiros controlados.

Estas eventuais parcerias vão beneficiar estudantes angolanos interessados em fazer o mestrado, especialização médica e doutoramento, segundo o Ministério da Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Este programa de envio de estudantes de mérito para fora do País, orçado em 36 milhões USD, começou a ser executado em 2020, depois da apresentação em 2019, como o "trunfo", para dar mais qualidade a profissionais angolanos, sobretudo em áreas das engenharias, tecnologias e ciência da saúde.

Na altura da sua apresentação, a ministra Maria do Rosário Bragança explicou que o objectivo do programa de envio anual de 300 licenciados com mérito académico para as melhores universidades do mundo é capacitar o País com quadros formados nas melhores universidades do mundo e, assim, reconhecer o mérito a estudantes ou a mestres que demonstrem elevado desempenho.

No ano passado, o director Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE),Milton Chivela, admitiu dificuldades de pagamento para estes bolseiros no exterior devido ao impacto das variações cambiais.

O programa de envio anual de 300 licenciados/mestres para as melhores universidades do mundo deveria ser executado apenas durante a primeira legislatura de João Lourenço. Mas foi prorrogado porque o Executivo saído das eleições de 2022 resolveu continuar a apoiar a implementação do programa. Na primeira edição do programa, em 2019, o instituto enviou 68 candidatos para o exterior. No ano seguinte, o número subiu para 117 estudantes, depois para 250, no quarto ano de implementação, e em 2022 subiu para 300, objectivo inicialmente previsto.

Os candidatos a estas bolsas tinham de cumprir algumas exigências como média final do curso igual ou superior a 16 valores nos níveis precedentes (licenciatura e mestrado), máximo de 30 anos para o mestrado, 35 para o doutoramento, um esboço do projecto de investigação e uma declaração de compromisso para regressar ao País assim que terminar a formação, entre outras regras. A maioria dos candidatos foi enviada para universidades colocadas no ranking das 600 melhores universidades do mundo. Portugal e Brasil continuam a ser os países que recebem o maior número de estudantes devido ao factor língua. A maior parte dos bolseiros no Brasil viajou ao abrigo de um acordo assinado entre o Ministério do Ensino Superior e os hospitais das clínicas da Universidade de São Paulo (USP), que prevê formar até 20 médicos especialistas. Depois segue-se o Canadá, EUA, Reino Unido e República Checa.