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Angola

Investigação Luanda Leaks promete mais revelações

EPISÓDIOS NA SONANGOL EM DESTAQUE, MAS DEVERÃO SURGIR MAIS ENREDOS

Consórcio internacional de jornalistas fará novas revelações e é provável que próximos negócios analisados incluam entrada da empresária na empresa portuguesa EFACEC, mais um negócio aparentemente feito com fundos públicos, ou outros no sector dos diamantes.

A primeira parte da investigação do ICIJ dedica-se a desmontar a imagem que Isabel dos Santos tem tentado passar nos últimos anos, de uma empresária (milionária) que em miúda chegou a vender ovos na rua e que subiu a pulso num mundo de negócios dominado por homens num país africano devastado pela guerra civil e pela pobreza.

E vem dar razão à percepção pública existente no País, sobre a opacidade dos seus negócios e de que "grande parte da sua fortuna, pelo menos em Angola, foi feita em negócios com o Estado e/ou empresas públicas e em sectores protegidos ou com pouca concorrência", como escreveu o então director do Expansão, Carlos Rosado de Carvalho, no editorial de 10 de Junho de 2016.

Um dos casos mais recentes citados nos Luanda Leaks é a forma como chegou a Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Sonangol, em 2016, pela mão do seu pai, então Presidente da República. A sua nomeação, em Junho desse ano, foi alvo de muitas críticas, incluindo nas páginas do Expansão (ver edição 374), devido a eventuais incompatibilidades legais, éticas e morais.

Mas o papel da empresária na Sonangol começou seis meses antes, como revelou o Expansão em Janeiro desse ano (edição 354), quando passou inesperadamente a desempenhar um papel activo na restruturação da petrolífera nacional, rodeando-se de consultores internacionais e advogados portugueses, cujos contratos e outros pormenores são agora divulgados pelo ICIJ.

Os documentos demonstram o que o Expansão adiantou em primeira mão nessa edição, nomeadamente os contratos com a consultora Boston Consulting Group e com o escritório de advogados português Vieira de Almeida. Mas acrescentam que o plano incluiu a contratação da Wise Intelligence Solutions, uma empresa de Malta cujos accionistas eram Isabel dos Santos e o marido, por 9,3 milhões USD, que por sua vez subcontratou as restantes empresas e outras consultoras como a PwC.

Ainda neste âmbito, o consórcio destaca a fase final da passagem de Isabel dos Santos pela Sonangol, nomeadamente as transferências que ocorreram após ser exonerada do cargo pelo actual presidente angolano. Este facto em si não é novo e foi denunciado pelo seu sucessor no cargo, Carlos Saturnino, em Março de 2018, o que motivou a abertura de uma investigação pela Procuradoria-Geral da República. (...)

(Leia o artigo integral na edição 558 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Janeiro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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