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África

Três mil milhões USD para a fundação africana de tecnologias de saúde

INVESTIMENTO DO BAD PARA OS PRÓXIMOSS DEZ ANOS

As empresas africanas da indústria farmacêuticas "têm sido marginalizadas e deixadas para trás em complexas inovações farmacêuticas globais".

Para contribuir para o acesso às tecnologias de fabrico de medicamentos, vacinas e outros produtos farmacêuticos em África, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) aprovou, esta semana, a criação da Fundação Africana de Tecnologia Farmacêutica para os próximos dez anos. Vão ser investidos, pelo menos, 3 mil milhões de USD. O investimento vai incluir um centro farmacêutico para pesquisa, desenvolvimento e fabricação com sede na capital de Ruanda, Kigali.

Este investimento poderá traduzir-se na redução de importação de medicamentos em África e a dependência de doação de medicamentos, sobretudo vacinas. Mais de 70% dos medicamentos necessários para as populações são importados. Estima-se que, em média, o continente gasta 14 mil milhões USD por ano nestes produtos.

De acordo com o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, este investimento vai traduzir-se em "um grande desenvolvimento para África". "África deve ter um sistema de defesa da saúde que deve incluir três áreas principais: renovação da indústria farmacêutica africana, construção da capacidade de fabrico de vacinas em África e construção de infra-estruturas de saúde de qualidade em África", explicou.

Este investimento é uma resposta à Cimeira da União Africana em Adis Abeba, em Fevereiro - quatro meses antes desta decisão - em que os líderes de vários países do continente apelaram ao BAD para facilitar a criação de um fundo de tecnologia farmacêutica. Akinwumi Adesina olhou para dentro e reforçou que "África já não pode subcontratar a segurança dos seus 1,3 mil milhões de cidadãos à benevolência de outros". E acrescentou que as em[1]presas africanas do sector "têm sido marginalizadas e deixadas para trás em complexas inova[1]ções farmacêuticas globais".

A fundação vai servir como ponte aos interesses do sector farmacêutico africano com empresas farmacêuticas globais e outras empresas do Sul para partilhar tecnologias, conhecimento e processos patenteados protegidos pela propriedade intelectual. A Organização Mundial do Comércio (OMC) considera que a fundação "é um pensamento e uma acção inovadores do BAD que fornece parte das infra-estruturas necessárias para assegurar uma indústria farmacêutica emergente em África".