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Opinião

Os contorcionismos políticos do fracasso

Ideias e Visões

Os arrufos políticos do ano pré- -eleitoral estão à flor da pele. Alguns dirigentes partidários andam tão enraivecidos que, aos gritos, já prevêem fracassos. Combalidos por tais sentimentos auguram revanche. Confundem tudo e, agora, nas vestes de escribas enriquecem os espaços mediáticos com vasta colecção de expressões e epítetos.

Um texto publicado num jornal digital, no passado dia de 19 de Agosto de 2021, um tal general, na reforma, mostra claramente as dificuldades em conviver com a democracia representativa que tanto esventra ser iniciativa exclusiva do seu partido.

Ler ou ouvir as diatribes ditas ou escritas a esse nível, de políticos do seu partido e calibre, transportam-nos para as imagens que correm mundo sobre o Afeganistão ou dos anos 90 em Malange, no Cuito, Bié, ou ao tempo de tantas outras amargas vivências, as quais, também, não se podem ilibar. Aqueles que nos desprezam e insistem em tentar ilibar-se da nossa desgraça, atirando responsabilidades apenas aos outros, querendo atirar-nos areia para os olhos, sem medir as consequências, hão-de engolir o preço do desprezo.

Quando leio tais textos relembro momentos históricos que a mim, particularmente, me marcaram. Relembro, particularmente, o famoso encontro dos generais na Chipipa, Huambo, em 1995, entre João de Matos e Arlindo Chenda Pena "Ben-Ben". Lembro-me de ter visto lá a tal sociedade "democrática" engolfada na miséria, aprisionada no terror.

Hoje, quando vejo aquelas tristes imagens do Afeganistão, ao estilo Taliban, lembro-me daquela odisseia sob os auspícios das Nações Unidas. Vi alguns, poucos, curiosos que se atreveram aproximar-se a nós, mas que não se predispunham a falar, desconfiados e assustados, porque qualquer deslize em falso seria fatal. Lá não se dizia nada sem um olhar para todos os lados. Mas, este general, agora nas vestes de membro da comissão política, com histórico de radicalismo, continua a marcar o espaço mediático com dissertações disfarçadas e eivados de xenofobia subliminar.

*Docente universitário

(Leia o artigo integral na edição 639 do Expansão, de sexta-feira, dia 27 de Agosto de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)