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Análise

Porque a inflação não disparou com a desvalorização do Kz

Análise

Ao contrário do que aconteceu com a desvalorização do Kz nas kinguilas, a desvalorização do Kz no mercado oficial não teve impacto inflacionista. A explicação é que as desvalorizações do BNA encurtam o diferencial entre as taxas de câmbio do oficial e do paralelo, reduzindo os efeitos nocivos sobre a economia provocados pelo Kz artificialmente forte.

A fixação pelo Banco Nacional de Angola (BNA) de uma taxa de câmbio Kz/USD abaixo do equilíbrio gera excesso de procura de USD no mercado oficial. Como os USD não chegam para todos, daí resultam efeitos nocivos sobre a economia: favorecimento de alguns grupos na aquisição de USD, distorções na alocação de recursos e desvio da procura para o mercado informal, entre outros fenómenos com inegável impacto inflacionista.

Inversamente, à medida que o banco central permite que a taxa de câmbio oficial do USD aumente em direcção ao equilíbrio de mercado, os efeitos nocivos vão desaparecendo.

Tudo isto encontra respaldo científico nas teorias do controlo de preços, nomeadamente através de preços máximos, as quais são um caso particular do modelo de oferta e procura.

Os efeitos nocivos sobre a economia da fixação de uma taxa de câmbio abaixo do equilíbrio variam na razão directa do diferencial entre as taxas de câmbio informal e oficial. Ou seja, quanto maior o gap entre a taxa das kinguilas e a taxa do BNA maiores os efeitos nocivos sobre a economia. Inversamente, quanto mais próximas as taxas de câmbio das kinguilas e do BNA, menores os efeitos nocivos.

Como referido anteriormente, os efeitos nocivos sobre a economia de uma taxa de câmbio Kz/USD artificialmente baixa têm inegável impacto inflacionista.

A desvalorização do Kz no mercado oficial encurta o diferencial entre as taxas do BNA e a das kinguilas, reduz os efeitos nocivos sobre a economia provocados pela taxa de câmbio oficial artificialmente baixa e anula o impacto inflacionista que essa desvalorização acarretaria em condições normais. (...)


(Leia o artigo integral na edição 515 do Expansão, de sexta-feira, dia 15 de Março de 2019, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)