O kwanza valoriza num contexto em que o dólar está a voltar a apreciar nos mercados internacionais e o preço do petróleo Brent está a ser cotado perto dos 60 USD/barril. Este cenário volta a levantar dúvidas sobre as intervenções do BNA no mercado cambial, depois de reavivar uma espécie de regime de câmbio fixo, já que num mercado livre esta estagnação da taxa de câmbio não é vista como normal no mercado cambial.

Ainda assim, apesar desta ligeira apreciação, o kwanza está praticamente parado. A moeda nacional apenas negociou acima dos 912,0 Kz no dos dias 21 e 22 de Dezembro quando atingiu 918,0 Kz por dólar, e depois a cair para 912,0 no dia seguinte.

Apesar de ao longo dos meses o governador do BNA sublinhar que o banco central não tem interferido nesta questão, várias fontes da banca contradizem dizendo que o supervisor bancário "tem uma mão invisível" que acaba por pressionar os bancos a não fazerem ofertas que considera "especulativas", o que tem impedido a depreciação da moeda nacional.

Ao contrário do que acontece com a moeda norte-americana, o câmbio do kwanza face ao euro apresentou variações ao longo destes meses. Desde que o início do ano, a moeda nacional depreciou 10% face ao euro, ao passar de 942,7 Kz por cada nota de 1 euro para os 1.045,4 Kz desta quarta-feira (07 de Maio). Isto acontece porque a moeda da união europeia tem estado mais volátil face dólar nos mercados internacionais e a taxa de câmbio em Angola é definida pela sua relação com o dólar.

Entretanto, este cenário não é novo. A moeda nacional já ficou estagnada sete meses na barreira dos 820 Kz, entre Junho de 2023 e Fevereiro de 2024, depois de uma depreciação abrupta de 39% verificada em 2023. O afundanço teve início a 12 de Maio de 2023 e apenas abrandou a partir de 28 de Junho do mesmo ano, naquilo que foi um mês e meio "infernal" para o País.

Assim, à semelhança do que aconteceu em 2023, após atingir mínimos históricos, quando o câmbio atingiu os 951,6 Kz por dólar, 01 de Outubro de 2024, o kwanza volta assim a estagnar.