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Angola

Angola com 60 mil milhões USD é terceiro em África na fuga de capitais

Fuga de capitais no continente atinge 88,6 mil milhões USD por ano

Angola, com 60 mil milhões USD, é o terceiro país africano com maiores fluxos financeiros ilícitos no relatório da organização das Nações Unidas para o comércio, que estima em 88,6 mil milhões USD a quantia que sai todos os anos do continente em fuga ilícita de capitais.

Este montante equivale a "quase metade dos 200 mil milhões USD" que os países africanos necessitam para lidar com "os custos socioeconómicos da pandemia da Covid-19, para além dos gastos de emergência em saúde", lê-se no relatório da Conferência das Nações Unidas Sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), divulgado esta semana.

A lista é liderada pela África do Sul, que surge destacada com 346 mil milhões USD. Segue-se a Nigéria, com 137 mil milhões, e em terceiro Angola, que de 1986 a 2015 viu "fugir" capitais na ordem dos 60 mil milhões USD.

O relatório, denominado "Combater os Fluxos Ilícitos de Capital para um desenvolvimento sustentado em África", contabiliza, no caso de África do Sul, 81 mil milhões USD em facturamento adulterado das exportações líquidas da prata e platina (24 mil milhões) e do ferro (57 mil milhões), de 2000 a 2014; 198 mil milhões USD em fuga de capitais, de 1970 a 2015; e 67 mil milhões USD, de 2013 a 2015, em gaps na balança comercial.

Em relação à Nigéria, o relatório reparte os 137 mil milhões USD detectados em dois itens: 89 mil milhões USD em facturamento adulterado de exportações e importações de petróleo, de 1996 a 2014; e 48 mil milhões USD em gaps na balança comercial, de 2013 a 2014. Os fluxos financeiros ilícitos, definidos como "trocas de valor entre fronteiras, monetários ou de outra forma, que são ilegalmente obtidos, transferidos ou usados", custam aos países africanos "cerca de 50 mil milhões USD por ano, superando a quantidade de ajuda oficial ao desenvolvimento que o continente recebe anualmente", sublinha Mukhisa Kituyi, secretário-geral da UNCTAD, no preâmbulo do relatório de 248 páginas.

(Leia o artigo integral na edição 594 do Expansão, de sexta-feira, dia 2 de Outubro de 2020, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)