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África

África atrasa-se a encomendar e atira vacinação para 2023

Só oito países africanos estão em condições de vacinar a população contra a Covid-19 em 2022

África "não está sentada" à espera das vacinas, afirmou John Nkengasong, director do Centro para o Controlo e Prevenção das Doenças "África CDC" a 17 de Dezembro de 2020. Mas um mês depois são mais as incertezas sobre o início da vacinação em larga escala no continente - na melhor das hipóteses só a partir de Abril de 2022, de acordo com a Economist Inteligence Unit - e sobre a forma como vai financiar as vacinas necessárias para garantir a imunização de grupo de uma população distribuída por 54 países muito desiguais e geograficamente dispersos.

Mais uma vez, as palavras não conjugam com a realidade. África é um dos continentes afectados pela gritante desigualdade na distribuição de vacinas. Desigualdade que, segundo o director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, coloca o mundo à beira de um "fracasso moral catastrófico". Os países ricos, com capacidade financeira para cobrir as encomendas, anteciparam-se e deixaram os mais desfavorecidos a disputar as poucas doses disponíveis.

Escorado no programa Covax - Covid-19 Global Acess Facility da Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gavi), organismo das Nações Unidas presidido pelo ex-primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso, o continente começou tarde a comprar vacinas e confronta-se com um mercado incapaz de responder à procura e com dificuldades económicas para garantir a imunização da população em 2021.

Sem planos e orçamento

Apenas as Seicheles, que iniciaram a vacinação a 11 de Janeiro, tem garantidas as doses necessárias para ser o "primeiro país do mundo a imunizar 70% da população", segundo o seu Presidente, Wavel Ramkalawan, o primeiro chefe de Estado africano a ser vacinado. Os restantes países africanos não têm planos de vacinação, com calendário realisticamente definido e muitos têm pouca margem económica para adquirir vacinas no mercado livre. Mesmo os que estão a ser financiados por programas de apoio ao combate à Covid-19 de organismos multilateriais, como o FMI e o Banco Mundial, que orientam os Estados a canalizar parte da receita para a aquisição de vacinas.

(Leia o artigo integral na edição 608 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Janeiro de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)