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Angola

Preços dos produtos da cesta básica triplicaram em quatro anos

Subidas de mais de 150%

Leite em pó, fuba de milho, massa alimentar e carapau fazem parte dos produtos que custam três vezes mais do que custavam em 2017, ano em que entrou em funções o primeiro governo do Presidente João Lourenço.

Nos últimos quatro anos, houve um aumento claro nos preços dos principais produtos da cesta básica, conforme constatou o Expansão, comparando os preços praticados esta semana em quatro supermercados da capital do País com a média de preços do "Relatório Semanal dos Preços" do Instituto de Preços e Concorrência (IPREC), de Março de 2017.

A lata de leite em pó de 1.800g custa mais do que o triplo do preço praticado em 2017. Antes custava 5.029 Kz e hoje são precisos 15.031 Kz para adquirir a mesma lata de leite, o que ilustra bem como a inflação e a desvalorização do Kz, combinadas, agravaram a perda de poder de compra dos angolanos.

A fuba de milho, um dos produtos da cesta básica mais procurados e que não pode faltar na mesa das famílias angolanas, também faz parte dos bens cujo preço triplicou, apresentando um aumento de 170%. Ou seja, em 2017, um quilo de fuba de milho custava 433 Kz nos supermercados, hoje tem um preço médio de 1.170 Kz.

Na lista dos produtos que estão quase três vezes mais caros está também o pacote de esparguete, de 0,45 Kg. Em 2017 custava 274 Kz e hoje tem um preço médio de 705 Kz, um aumento de 157%.

O carapau, além de ser o produto mais escasso nos supermercados visitados esta semana pelo Expansão em Luanda, também é dos que mais subiu. Em quatro supermercados, apenas dois tinham carapau à venda a 2.560 Kz e 3.900 Kz, quando em 2017 o consumidor conseguia adquirir um quilo a 1.463 Kz. É de referir que o carapau é o segundo peixe mais consumido pelas famílias angolanas a seguir à lambula, com um preço mais acessível.

Entre os bens em que o preço duplicou está o arroz, que faz parte dos produtos da cesta básica mais procurados. O Expansão escolheu um arroz de gama baixa, made in Angola, até porque nos de gama alta os preços subiram ainda mais. O quilo de arroz, que antes era comprado a 401 Kz, custa hoje 840 Kz, um aumento de 109% em relação ao preço praticado em 2017. O litro de óleo alimentar também duplicou, custava 673,36 Kz há quatro anos e estava a ser vendido esta semana a 1.401 Kz.

A farinha de trigo, cujo quilo em 2017 se comprava a 308 Kz, hoje custa 762 kz, o quilo de açúcar subiu de 367 Kz para 787 kz, e o feijão manteiga custava 1.207 Kz e agora são precisos 2.508 Kz para comprar um quilo.

Apenas dois produtos da cesta básica não registaram subidas muitos acentuados nestes últimos quatro anos. O sal custava 313 Kz e está a ser vendido a 448 Kz e o quilo de fuba de bombó, que antes tinha um preço de 435 Kz custa 749 kz.

Curioso é o facto de produtos da mesma marca terem preços de venda muito diferentes, nalguns casos muito superiores. É o caso do óleo alimentar Fula. No supermercado Martal tem um preço fixado de 1.262 Kz, superior em quase 200 kz ao preço de venda no Shoprite, onde custa 1.099 Kz. No Jumbo o preço dispara para os 1.750 Kz e na Maxi está a 1.490 Kz.

(Leia o artigo integral na edição 619 do Expansão, de sexta-feira, dia 9 de Abril de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)