O Greenfield, que é o primeiro fundo de capital de risco registrado em Angola, e a empresa Kapata, Lda, assinaram recentemente um memorando de entendimento para avaliar o potencial de aumentar a produção de mel na província do Moxico, que historicamente é conhecida como o maior produtor desse produto no País.

Esta iniciativa de investimento é apoiada pelo Programa Emergente da Comissão do Mercado de Capitais (CMC), que procura aproximar empreendedores e mecanismos financeiros de investimento alternativos em Angola. O objetivo é transformar esse projeto numa iniciativa pioneira para revitalizar a produção de mel na região Leste do País. O memorando permite a realização de estudos para verificar se o investimento é viável.

Depois de anos a tentar financiamento bancário, Keneth Nzimbo Kapata, sócio-gerente da empresa Kapata, cujo negócio trabalha com cerca de 200 apicultores associados que cuidam de 10 mil colmeias, saiu da reunião com sentimento de esperança, conforme contou ao jornal O País.

"Foi um choque positivo, porque sempre sonhei com a produção industrial de mel e, quando a Deltagest Capital manifestou o interesse do Greenfield FCR em investir no nosso projeto, percebi claramente que chegou o momento certo", explicou o empresário, sublinhando que o acesso ao crédito tem sido um dos maiores desafios da actividade na província do Moxico.

Para o administrador da CMC, Vasco Januário, que testemunhou a assinatura do acordo, este projceto "vai levar esperança às famílias da província do Moxico", graças à política dos fundos de capital de risco, que surgem como alternativa de financiamento para negócios em fase inicial, geralmente sem respaldo da banca comercial.

Já o presidente do Conselho de Administração da Deltagest Capital, João Saraiva dos Santos, reafirmou o compromisso do Greenfield FCR com os pequenos empreendedores, salientando que, apesar da sua dimensão limitada, o fundo está aberto a apoiar iniciativas inovadoras em todo o País. Entre os exemplos citados estão a Ovihemba, fábrica de medicamentos no Huambo, a Campo Verde, voltada para a sustentabilidade do agronegócio, e a Laços Vivos, dedicada ao bem-estar de pessoas idosas.