O financiamento deveria ter sido concluído no primeiro trimestre de 2025 e a sua não-concretização originou rumores de um possível desinteresse americano, que estaria associado à tomada de posse de Donald Trump como Presidente dos EUA.

O empréstimo "é vital para a modernização da concessão", disse à Reuters o recém-nomeado CEO da LAR, Nicholas Fournier, que substituiu no cargo Francisco Franca. O gestor garantiu que o financiamento dos EUA está "quase concluído", apesar das preocupações provocadas pela reversão pelo Presidente Trump das políticas climáticas e energéticas da era Biden.

"Não haverá mudanças. Sei que muitas pessoas tentam colocar isto como uma questão geopolítica, mas estamos realmente a fazer uma transacção comercial", sublinhou Fournier. "Há um exército de advogados de ambos os lados a discutir até à última vírgula. Esperamos ter isso concluído antes do final do ano", explicou o gestor.

O empréstimo vai ser utilizado para renovar 1.300 km de linha férrea que liga o Lobito à fronteira com a RDC, com o objectivo de fomentar o transporte de minerais.

A LAR espera que os volumes dupliquem após as obras de modernização em curso, financiadas pelos parceiros do consórcio, que já aplicaram 555 milhões USD em investimentos. "Em 2026, queremos transportar 40.000 toneladas por mês num sentido e 40.000 toneladas no outro. E ser capazes de fazer 1,5 milhões de toneladas por ano durante esta década", afirmou Fournier.

Actualmente, os comboios da LAR transportam principalmente cobre e cobalto para o porto do Lobito, que são encaminhados para exportação. Também transportam enxofre, principalmente para as minas da RDC, bem como produtos agrícolas e industriais a partir do Lobito.