O PIB no 2.º trimestre de 2025
Em todos estes 8 anos, a taxa de crescimento média composta (TCMC), que passaremos a designar como ritmo de variação médio anual, foi de 3,1% no não petrolífero (acompanhou o crescimento populacional estimado) e -4,6% no petrolífero, o que atirou a TCMC global do PIB para apenas 1,1%, muito inferior ao crescimento populacional! É esta razão da descida da riqueza média por habitante neste período!
A previsão para 2025 foi feita com base nos dados do 1.º semestre extrapolados para o 2.º semestre em função do peso deste período, em 2024, quer da produção não-petrolífera, quer da petrolífera.
Na série longa, tomando como base o ano de 2017, correspondente ao último ano da presidência de José Eduardo dos Santos, observa-se uma estagnação do PIB até 2023 (índices 1,00 em 2017 e 1,01 em 2022) altura em que já se nota uma tendência de crescimento ligeira, que evolui para um crescimento interessante em 2024 (4,4%), mas que regressa a 2,3%, com a nossa previsão para 2025.
Em todos estes 8 anos, a taxa de crescimento média composta (TCMC), que passaremos a designar como ritmo de variação médio anual, foi de 3,1% no não petrolífero (acompanhou o crescimento populacional estimado) e -4,6% no petrolífero, o que atirou a TCMC global do PIB para apenas 1,1%, muito inferior ao crescimento populacional! É esta razão da descida da riqueza média por habitante neste período!
Na série mais curta, desde o final da legislatura anterior (com o período base em Setembro de 2022), o índice trimestral em volume sobe +1,1% com uma variação acumulada de +2,3%. Face ao 2.º trimestre de 2022, a variação é de +11,9%, a um ritmo médio anual de 3,8%.
A soma dos VAB sectoriais, que na metodologia do FMI/INE não corresponde ao PIB, cresce 2,8% (não 2,3% como o PIB), no 1.º semestre de 2025!
As principais contribuições para esta variação são os sempre presentes comércio, com 1,0% e os serviços públicos, com 0,5%. Felizmente temos agora um crescimento importante da APS (Agricultura, Pecuária e Silvicultura) e outros serviços, representando 0,4% cada um. Outros 2 sectores apresentam uma contribuição significativa, mas não efectiva, para o PIB: as extractivas com 0,6% de contribuição que não se traduz em rendimentos, já que o crescimento de 26,3% em volume corresponde a um crescimento de apenas 14,4% do valor exportado, devido à quebra nos preços dos diamantes no mercado internacional; e as telecomunicações que crescem, sem qualquer justificação plausível, 32% e têm uma contribuição de 0,4%. O petróleo tem uma forte contribuição negativa (-1,3%), sendo a soma das contribuições de todos os restantes sectores de 0,7%.
O crescimento do PIB continua fortemente ancorado no Comércio e Estado (1,5%), mas começam a aparecer sectores com contribuições interessantes (APS e outros serviços, com 0,8%). Infelizmente tudo o resto ou é fictício como as extractivas e telecomunicações (0,8%) ou pouco significativo (0,7% para tudo o resto). Pela negativa temos o petróleo cuja produção tem declinado fortemente neste ano. Sem as contribuições fictícias das extractivas e telecomunicações, num sentido, e o petróleo no outro, o PIB em volume teria crescido 3,1%, em linha com o crescimento populacional.
O índice do PIB per capita em volume apresenta um crescimento homólogo trimestral de -1,8% e acumulado de -0,6%!
Em medidas de volume ficámos, em média, um pouco mais pobres do que éramos há um ano atrás!
PIB nominal deflacionado PIB deflacionado do IPC
Há fortes variações do PIB nominal com uma redução estranha nos 4.os trimestres e variações muito significativas em percentagem com o turismo a atingir +629%, a indústria transformadora -5,4%, o comércio +0,9% e o total do PIB 0,9%! As variações anuais são de 1,9%, em 2022, 1,8%, em 2023, 2,3%, em 2024 e 4,0% no 1.º trimestre, o que coloca fortes reservas aos dados do PIB nominal e, consequentemente, ao cálculo do PIB deflacionado!
Nada disto devia acontecer mas, acontecendo, devia ser cabalmente explicado!
Em valor deflacionado, o índice trimestral homólogo cresce 1,9%, com uma variação acumulada de 2,0%. Face ao 2.º trimestre de 2022 a variação acumulada é de 14,1% a um ritmo médio anual de 4,5%, bastante acima do crescimento populacional.
A variação acumulada dos rendimentos por unidade de volume acompanha, no último ano, a inflação (-0,3%).
PIB deflacionado pelo método misto
Usando o método misto (deflação da procura interna pelo IPCN e da procura externa pela inflação mundial) o panorama é mais optimista.
Na série completa, observam- -se picos na procura externa em 2018 e 2022 e quedas significativas em 2020 e 2025, correspondentes aos períodos de alta e baixa do preço do petróleo.
O índice da procura interna decresce acentuadamente até 2018 (de 1,15 para 0,95), depois estabiliza em baixa até 2021 (0,95) e cresce a partir daí, de forma acentuada até 2023 (1,07). Posteriormente, estabiliza em 2024 (1,08) e volta a crescer de forma significativa em 2025 (+9% para 1,18).
Leia o artigo integral na edição 847 do Expansão, de Sexta-feira, dia 10 de Outubro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)