CEO da Chevron avisou para falhas de segurança
O director-executivo da Chevron, Mike Wirth, disse aos gestores e funcionários da petrolífera de origem americana que precisavam de "reforçar com urgência" as normas de segurança, após a empresa ter registado um elevado número de quase-acidentes com feridos, segundo uma mensagem interna em vídeo enviada a 29 de Abril, cerca de três semanas antes do acidente, a 20 de Maio, que provocou a morte a três angolanos e feriu mais 15 trabalhadores na plataforma BBLT, operada pela Cabinda Gulf Oil Company (CABGOC), em Cabinda.
"Temos assistido a um aumento preocupante de quase-acidentes graves, especialmente nas últimas semanas", afirmou Wirth no vídeo que a agência Reuters visionou. "Alguns desses eventos poderiam ter resultado em fatalidades", conta a agência de notícias, como acabou por acontecer em Angola. A CABGOC é uma subsidiária da Chevron. No vídeo de dois minutos intitulado "faça-o com segurança ou não o faça de todo", o actual CEO da Chevron disse aos funcionários para redobrarem as práticas de segurança, independentemente dos desafios que enfrentam dentro e fora da empresa.
"Sei que há muita coisa a acontecer neste momento, com mudanças em curso, tanto dentro da empresa, como no mundo à nossa volta", disse o gestor.
Wirth assumiu na ocasião que a empresa estava a "trabalhar para reforçar a qualidade das suas operações e melhorar a segurança dos trabalhadores".
No ano passado, a Chevron registou 12 ferimentos graves e uma morte em todas as suas operações de produção de petróleo, de acordo com o relatório anual de sustentabilidade empresarial. Ainda está a decorrer a investigação sobre a causa do incêndio em Cabinda e a petrolífera espera obter mais informações nas próximas semanas.
Segundo fontes do Expansão, as empresas envolvidas no grave acidente ocorrido em Cabinda pressionaram os trabalhadores afectados e as respectivas famílias para evitarem contactos com a imprensa e para não partilharem informações em público sobre a forma como foram socorridos. Também foi evidente o alinhamento entre as autoridades nacionais, como a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG), e os comunicados elaborados pela Chevron, naquela que pareceu uma estratégia para controlar possíveis danos reputacionais.