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Angola

Famílias mostram-se menos pessimistas entre Abril e Junho

INDICADOR DE CONFIANÇA DO CONSUMIDOR

A subida do gasóleo parece que não afectou a "moral" das famílias, apesar do aumento das tarifas dos transportes, seguida de um episódio de vandalismo.

O pessimismo dos consumidores sobre a evolução da situação económica e financeira das famílias no curto prazo reduziu pelo II trimestre consecutivo, de acordo com o Inquérito de Conjuntura no Consumidor (ICC), recentemente publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Após atingir, no final do ano passado, o nível mais alto desde 2019, os consumidores começaram a mostrar-se menos pessimistas, já que o ICC passou de -19,7 no final de 2024 para -- 16,7 nos primeiros três meses de 2025 e agora voltou a cair para -- 16,4 no II trimestre.

Esta redução do pessimismo anunciada pelo INE é quase que injustificável, de acordo com o economista Fernandes Wanda, já que em finais de Julho o País viveu momentos de grande tensão económico-social. Em causa estavam as novas tarifas para os transportes públicos colectivos urbanos rodoviários de passageiros, ajustados depois do aumento do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro, no âmbito da retirada gradual pelo Governo do subsídio aos combustíveis, iniciada em 2023. Além disso, após a subida do gasóleo, que originou uma paralisação de três dias dos taxistas, a população saiu à rua em apoio aos taxistas, o que foi sucedido por actos de vandalismo e pilhagem a várias lojas e supermercados das cidades de Luanda e Malange.

O indicador que mede a confiança do consumidor nacional está em terreno negativo há pelo menos sete anos, depois de ter fechado 2024 em valores de pessimismo muito próximos dos que foram registados em 2020, ano da pandemia da Covid-19, em que a economia nacional registou um afundanço de 5,6%, o maior em mais de duas décadas. Embora em terreno negativo, no I trimestre deste ano, o indicador de confiança do consumidor inverteu a tendência decrescente após oito trimestres consecutivos de queda.

O ICC tem como objectivo obter a opinião dos agregados familiares face a vários aspectos da conjuntura económica e permite avaliar o nível ou o grau de confiança das famílias angolanas no que concerne à situação económica e financeira do País e dos agregados familiares.

Apesar da melhoria apresentada pelos números, o indicador continua em terreno negativo devido à deterioração das condições de vida, um cocktail formado por falta de empregos, baixos salários e custo de vida cada vez mais alto e, por isso, as famílias não consomem, não investem e não poupam. À boleia vem a fome, a revolta e a instabilidade social.

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