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Kwik "ganha asas" e transacciona 214,2 mil milhões Kz em seis meses

JÁ TRIPLICOU OS MONTANTES DE TODO O ANO DE 2024

Até ao momento, 19 instituições financeiras bancárias e não bancárias autorizadas pelo BNA, já disponibilizam o serviço Kwik, moeda electrónica associada ao sistema de transferências instantâneas. Entre estas instituições estão 16 bancos e três sociedades prestadoras de serviços de pagamentos.

Nos primeiros seis meses deste ano foram transaccionados cerca de 214,2 mil milhões Kz em 8,6 milhões de operações através do instrumento de pagamento digital Kwik (abreviatura de "Kwanza instantâneo"), o que representa um crescimento de 199% face a todo o ano de 2024.

Criado em 2023 pelo Banco Nacional de Angola, o Kwanza instantâneo tem vindo a ganhar expressão no sistema financeiro nacional e hoje conta com cerca de 7,2 milhões de contas activas, de acordo com dados do banco central.

O instrumento de pagamento digital Kwik permite o envio de dinheiro e a realização de pagamentos a qualquer hora do dia e em qualquer lugar, por meio de uma "conta Kwik" em qualquer banco ou carteira móvel através de um telemóvel. As transferências podem ser feitas indicando apenas o número de telemóvel, e-mail, alcunha ou IBAN do destinatário. De acordo com dados da Empresa Interbancária de Serviços (EMIS), o IBAN e o número de conta são as chaves mais usadas pelos utilizadores.

O Kwik, considerado o equivalente angolano do Pix, do Brasil, foi apresentado pelo BNA em 2022, começou a operar em Outubro de 2023 e ainda se encontra em fase de implementação. Foi lançado no âmbito da materialização de uma recomendação do Banco Mundial no sentido de dotar Angola de um instrumento de pagamento universal, interoperável e inclusivo, interligando num mesmo sistema, prestadores de serviços bancários e não bancários com o objectivo de fomentar a inclusão financeira, mediante o alargamento de serviços essenciais de pagamentos à população não bancarizada.

O Kwik é ainda uma novidade para a maioria e é muitas vezes comparado ao Multicaixa Express. Se à primeira vista parecem similares e com funções parecidas, a grande diferença entre o Express e o Kwik está no acesso. Enquanto o Express obriga à abertura de uma conta bancária e à utilização de um código IBAN, ferramenta internacional que identifica o país, a instituição bancária e o balcão utilizado, o Kwik ultrapassa estas formalidades e é uma estratégia de convergência entre bancos e não bancos.

Até ao momento, 19 instituições financeiras bancárias e não bancárias autorizadas pelo BNA, já oferecem este serviço de moeda electrónica associado ao sistema de transferências instantâneas. Entre estas instituições estão 16 bancos e três sociedades prestadoras de serviços de pagamentos. Entre os bancos estão o Access Bank, Atlântico, BAI, BCA, BCH, BCS, BFA, BCI, BIC, BIR, BNI, Caixa Angola, Keve, SOL, Banco Valor e YETU. Já as prestadoras de serviços de pagamentos são a PayPay da Conectando, a LinkedPay e a Unitel Money.

Todos os operadores de serviços de pagamentos, sejam eles bancos ou não, podem ter acesso à plataforma, que não é exclusiva do sistema financeiro. É outra grande diferença face ao Express, que é actualmente o canal mais usado da rede Multicaixa.

No caso de um utilizador do Kwik, mesmo que não esteja bancarizado, basta registar uma conta de pagamentos em q u a l q u e r pr e st a d o r d e st e s serviços (não precisa de ser uma instituição bancária) e através de um número de telefone, endereço de e-mail ou de u m a a l cu nh a ( "ni c k n a m e " ) pode começar a efectuar pagamentos de serviços e enviar ou receber dinheiro.

Apesar do forte crescimento de sistemas como o Kwik ou até o Multicaixa Express, persiste ainda no País um clima de receio e desconfiança devido ao aumento do número de casos de burlas, que deixa principalmente a população não bancarizada em alerta e com receio de aderir às inovações que vão surgindo no sistema financeiro nacional. Isto reforça a necessidade de se aumentar os níveis não só de bancarização mas também de literacia financeira.

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