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Empresas & Mercados

Número de trabalhadores desce e custos com pessoal aumentam

EMPRESAS DE SEGUROS

O número de colaboradores no sector segurador registou uma diminuição de 2% no ano passado, para 1.546, em comparação com os 1.578 apresentados em 2023, de acordo com dados de 15 das 22 seguradoras que publicaram os relatórios e contas de 2024 dentro do prazo regulamentar. Os custos com pessoal cresceram acima dos 15%.

Tal como vem a acontecer no sector bancário, também nos seguros o impacto da modernização tecnológica no quadro de pessoal das empresas leva a que o número de trabalhadores tenha a tendência para diminuir. Este fenómeno tem fundamentalmente a ver com dois factores - menos agências com a crescente importância das plataformas electrónicas na venda e acompanhamento dos clientes, e menos pessoal na estrutura interna, uma vez que várias funções vão sendo substituídas por procedimentos tecnológicos.

No caso do nosso mercado ainda não existe um impacto significativo da entrada da Inteligência Artificial nas diversas fases dos processos internos das empresas, mas a médio prazo este facto vai influenciar mais o número de trabalhadores de cada seguradora. No entanto, as funções que se mantêm serão mais especializadas, exigem mais formação e mais apetências técnicas, o que resulta depois em salários mais altos. Em termos práticos, menos pessoas mas mais bem remuneradas.

Olhemos para a evolução do pessoal nas principais empresas seguradoras. A Ensa Seguros é a que tem mais trabalhadores, 469, dos quais 307 do género masculino e 162 do feminino. O número de trabalhadores diminuiu 4% em 2024 em comparação com os 490 registados no ano anterior. É também a empresa que lidera o mercado, teve o maior volume de prémios emitidos em 2024, 96.269 milhões Kz, e dispõe de 31 agências e 12 outros postos de venda espalhados pelo País.

Dos 469 colaboradores, 7% têm formação ao nível do primeiro ciclo, 46% formação média e 48% formação superior. Esta divisão por grau académico também está a mudar nas empresas de seguros, sendo que para grande parte das funções já se exige formação universitária.

Os custos com o pessoal da seguradora, no entanto, aumentaram 7%, para 11.709 milhões Kz. Estes custos não abrangem apenas salários, mas incluem também encargos sociais, benefícios obrigatórios, custos de formação, entre outros.

A segunda empresa com maior número de trabalhadores no mercado nacional é a a SanlamAllianz com 250 colaboradores. A seguradora registou um aumento de 29% nos custos com pessoal em relação ao período homólogo, totalizando 5.655 milhões Kz. Este aumento foi justificado pelo reajuste salarial concedido a todos os colaboradores, com excepção dos administradores, dentro de uma estratégia de valorização do capital humano e manutenção dos quadros. Isto apesar de a empresa ter apresentado em 2024 um resultado operacional negativo de -1,18 mil milhões Kz em 2024.

A Nossa Seguros, empresa que ocupou o 2.º lugar em termos de vendas no ano passado, um pouco mais de 78 mil milhões Kz, aumentou em 10% o número de trabalhadores, para 188 colaboradores, dos quais 114 do género masculino e 74 do feminino. Este aumento tem também a ver com o crescimento orgânico da seguradora, que nos últimos anos tem vindo a aproximar-se da liderança do mercado, encurtando ano após ano a diferença face à ENSA.

Os custos com estes colaboradores aumentou 24%, para 7.767 milhões Kz, o que significa um valor médio superior por cada trabalhador, o que também pode ser justificado pelo facto de hoje cerca de 81% do quadro pessoal da empresa ter formação superior.

Mais trabalhadores

Existe também um factor que influenciará o número de trabalhadores no sector e que tem a ver com o potencial de crescimento que todos reconhecem que o mercado de seguros tem. Percebe-se que, apesar de o sector ter apresentado um crescimento de cerca de 25% no volume de prémios em 2024, a sua dimensão ainda é pequena quando comparada com outros mercados vizinhos e o número de trabalhadores também é muito baixo se comparamos, por exemplo, com o sector bancário. Mas os operadores acreditam que, à medida que o mercado cresce, também o número de colaboradores irá aumentar.

"Quando maior for o sector mais absorve colaboradores, porque quando uma seguradora cresce, mais necessidade terá de reforçar o seu quadro pessoal. A baixa taxa de penetração dos seguros em Angola tem uma ligação directa com o número de trabalhadores", diz Estevão Bandi, responsável pela gestão de risco da Prudencial Seguros.

Por outro lado, a especialista em compliance officer, Madalena de Sousa, defende que é necessário que se defina e se harmonize o currículo do curso de seguros a nível do ensino superior para que se tenha mais profissionais na área. O acesso também não é fácil.

Leia o artigo integral na edição 834 do Expansão, de Sexta-feira, dia 11 de Julho de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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