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Sai VTB e entra African Bank of Oman no sistema financeiro

‘TROCA’ DE RUSSOS POR OMANITAS NOS DIAMANTES E TAMBÉM NA BANCA

Banca volta a contar com 22 instituições bancárias com a entrada do African Bank Of Oman, depois da saída do banco russo VTB África. Esta "troca" registada na banca, entre russos e omanitas, também se registou nos diamantes com a saída da Alrosa da Catoca e entrada da Taadeen.

Após a concretização da entrada dos omanitas no sector dos diamantes, no capital social da Sociedade Mineira de Catoca, em substituição dos russos da Alrosa, surge agora o African bank of Oman (ABO), a nova instituição bancária autorizada pelo Banco Nacional de Angola (BNA) a exercer actividade financeira no País, encontrando-se em processo de início de operações.

Ainda não foram revelados os nomes dos accionistas do banco, nem o seu capital social, mas a instituição bancária tem o aval do banco central e já consta na lista das instituições financeiras autorizadas pelo regulador, com registo nº. 72.

O banco ainda é desconhecido e sem um website disponível. Entretanto, o Expansão contactou o BNA para obter mais informações sobre African bank of Oman, tendo o banco central respondido o seguinte: "informamos que o mesmo está a correr os seus trâmites, em obediência ao estabelecido por Lei, e tão logo seja concluído, o Banco Nacional de Angola irá fazer uma comunicação formal".

Com este registo, o sistema financeiro nacional volta a contar com 22 instituições bancárias, já que o banco russo VTB África se encontra em fase de liquidação, após a dissolução voluntária dos accionistas (Banco VTB, PAO Moscovo que detém 50,1% das acções e António Carlos Sumbula com 49,9%), segundo avançou o governador do banco central, Manuel Tiago Dias, em Maio deste ano, numa altura em que o banco de origem russa operava com um capital social avaliado em 7,5 mil milhões Kz, abaixo do mínimo de 15 mil milhões Kz exigido pelo banco central desde Outubro de 2023.

Mas o facto é que as sanções impostas à Rússia dificultaram as operações das instituições financeiras russas espalhadas pelo mundo, já que muitas delas não conseguem fazer transferências em dólares ou em euros, o que, por um lado, acabou por dificultar também as operações do VTB em Angola, que estavam muito ligadas ao negócio dos diamantes, e isso reflectiu-se nos resultados líquidos do banco que acumulou prejuízos de 9,7 mil milhões Kz nos últimos três anos: 2022 (-6,5 mil milhões Kz), 2023 (-2,5 mil milhões Kz) e 2024 (- 670,3 milhões Kz).

Esta "relação" de entrada e saída que se regista na banca, entre russos e omanitas, também se registou no sector dos diamantes, com a saída da multinacional russa Alrosa da Sociedade Mineira de Catoca, que foi substituída pela empresa Taadeen - que alegadamente é uma subsidiária do Fundo Soberano de Omã (Oman Investment Authority, em inglês) - no capital das sociedades mineiras de Catoca e Luele, que representam 97% da produção diamantífera do País. A operação foi oficializada em Maio deste ano, com a assinatura da escritura pública.

As alterações societárias, que estavam em cima da mesa após o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, levaram à saída do antigo parceiro estratégico, a Alrosa, embora até ao momento não tenham sido divulgados todos os pormenores sobre as movimentações. Oficialmente, sabe-se apenas que a participação da Alrosa em Catoca era de 41% (a Endiama possuía os restantes 59%), enquanto a Sociedade Mineira de Catoca detinha 50,5% do Luele e a Endiama 44,5%. Reform, com 4%, e Instituto Geológico de Angola (IGEO), com 1%, detêm participações minoritárias.

As relações entre Angola e Omã ganharam força depois de em Dezembro de 2024 reforçarem a cooperação bilateral, com a assinatura, em Mascate, capital de Omã, de quatro acordos, sendo dois para a área dos diamantes, um memorando de entendimento para o sector dos petróleos e o último assinado entre Ministério das Finanças e o Banco de Investimento de Omã para colaboração em instrumentos financeiros e emissão de dívida soberana.

Banca conta com 5 bancos com capitais estrangeiros

Com a entrada do African Bank Of Oman, a banca angolana volta a contar com cinco bancos de capitais estrangeiros, onde já lá se encontram o Caixa Angola que tem como principal accionista o português Caixa Geral de Depósitos e o Standard Bank Angola (detido maioritariamente pelo grupo o sul-africano Standard Bank), bem como o Banco da China Limitada Sucursal em Luanda (BOCLB) controlado pelo governo da China e o Acces bank Angola, detido pelo nigeriano Access bank Plc.

Entretanto, vários especialistas defendem que o sistema financeiro angolano precisa de mais bancos internacionais, uma vez que banca angolana ainda é pequena quando comparado com os grandes bancos da região, e financiam essencialmente o Estado, em detrimento do crédito à economia, que, no fundo, devia ser a matriz de banca.

Leia o artigo integral na edição 834 do Expansão, de Sexta-feira, dia 11 de Julho de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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