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Primeira marca de chocolate angolana depende do cacau importado do Gana

Produção nacional

A Gourmandise Chocolates Artesanais (GCA), a primeira marca de chocolates feitos no País, nasceu em 2010, mas apenas ganhou escala em termos de produção em 2019, um crescimento que, ainda assim, esbarra na necessidade de importar o cacau transformado.

Cerca de 80% da matéria-prima que permite a transformação em bombons e barras de chocolate é importada, uma vez que Angola ainda não produz em quantidades suficientes o cacau transformado. Em Cabinda já se cultiva grão de cacau, mas tem como destino a RDC.

Segundo Song Livramento, proprietária da empresa, o Gana é o maior fornecedor de cacau da empresa. Os equipamentos são provenientes dos EUA e da Europa. De Angola, a gestora utiliza o chá de caxinde, tamarindo, café, gengibre, entre outros quitutes para os recheios. A GCA teve um capital inicial de 20 milhões Kz. O retorno do valor investido está previsto para os próximos dois anos. Depois de uma curta paragem na produção para restruturação da gestão da empresa, os chocolates devem voltar a ser comercializados entre Abril e Maio deste ano.

Em 2019, a firma registou um volume de negócios de duas toneladas de chocolates, o que representa cerca de 20 mil tabletes de 100 gramas e teve uma facturação, entre Fevereiro e Dezembro, de 1 milhão Kz. Em 2020, com a pandemia, a empresa registou menos 50% de facturação, arrecadando só 500 mil Kz.

As empresas e as floristas são os principais clientes da GCA, bem como um leque de clientes individuais fidelizados que fazem constantes encomendas. A pandemia teve um grande impacto no número de encomendas solicitadas pelas empresas, assim como na importação do material. "No início foi difícil ter de fechar a loja e depois gerir a segurança dos nossos trabalhadores e clientes, pois sempre havia o receio dos métodos usados não serem suficientes", salienta. Acrescenta que, a importação da matéria-prima ainda tem sido o maior desafio, pois os custos de envio aumentaram, o que leva a direcção da empresa a reavaliar os produtos e preços. Por isso, a empreendedora pensa em estabelecer, de forma prática e sustentável, a importação do cacau transformando a curto prazo.

Para Song, a desvalorização da moeda nacional tem sido um obstáculo ao negócio que depende da importação. Os valores dos chocolates variam de três mil a 26 mil Kz, de acordo com o tipo de chocolate e da embalagem.

De acordo com a responsável, a GCA pretende abrir uma filial no Gana ainda este ano. "É um projecto já em andamento. Se tudo correr como previsto, ainda este ano terá a nossa marca à venda em Acra", revelou. A nível nacional, o projecto com quatro trabalhadores também pretende expandir a sua marca para outras províncias. "Seria o ano passado, contudo tivemos de adiar os nossos planos e, se tudo correr bem, entre o final deste ano e o próximo".

(Leia o artigo integral na edição 614 do Expansão, de sexta-feira, dia 5 de Março de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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