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Grande Entrevista

"A banca não pode parecer que está num clima de constante luta com as PMEs"

Kinavuidi Paulo, gestor e docente universitário

O lançamento do livro "O relacionamento bancário em Angola e seu contributo para a competitividade das pequenas e médias empresas", foi o mote para a conversa com o gestor e docente universitário que defende um maior reconhecimento destas empresas para o desenvolvimento da economia que deve ser dinamizada pelo sector privado

Olhando para a sua experiência na relação entre a banca e as pequenas e médias empresas, tendo já publicado um livro, como vê a questão do financiamento a estas empresas que se queixam da falta de apoios. E a posição dos bancos que se defendem com a falta de qualidade dos projectos?

Isso decorre da falta de literacia de quem se propõe a fazer um negócio. As PMEs (Pequenas e Médias Empresas) devem ter no seu portefólio ou contratar serviços de especialistas que as ajudem a preparar os processos.

Estas empresas já se queixam de falta de dinheiro neste cenário de cinco recessões. Estas contratações não seriam mais um custo?

Pois, mas a banca não pode fazer o trabalho das empresas. Para além de que a banca também não tem uma área própria de atendimento às pequenas e medias empresas.

Deveria ter?

Deveria. E devia ser um imperativo do Banco Nacional de Angola.

Mas a banca não trabalha apenas para as PMEs, trabalha para um mercado mais abrangente...

O facto de criar uma área que atenda só PMEs não vai desvirtuar o negócio da banca. Antes pelo contrário. Muitas das vezes olhamos para realidade de outros países e achamos que devemos implementar assim taxativamente, não. Nós temos que passar para um processo de construção da nossa realidade. Países já avançados não passam pelo vexame da reprovar um financiamento por insuficiência na preparação de um plano de negócio. É um problema que seria evitado se os bancos criassem uma área de atendimento a pequenas e médias empresas. Ao invés dos bancos receberem os projectos e depois dizerem que não dão o crédito por insuficiência do mesmo, eu posso, enquanto banco, ajudar a melhorar este documento. Não fazendo o papel da empresa, mas indicar onde não está bem e propor a melhoria.

(Leia o artigo integral na edição 647 do Expansão, de sexta-feira, dia 22 de Outubro 2021, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)


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