Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

África

Maiores economias voltam a penalizar crescimento na região subsariana

ÁFRICA DO SUL NO TOP 3 DAS ECONOMIAS QUE MENOS CRESCEM NAS PREVISÕES DO BANCO MUNDIAL

Apesar de recuperarem da queda em 2023, revisões em baixa em 2024 são ainda muito fortes para os principais exportadores de metais, adverte o BM. Nigéria, África do Sul e Angola travaram o crescimento global de África Subsariana no ano passado. E este ano voltam a colocar em risco o desempenho da região.

O Banco Mundial (BM) espera que o crescimento na região de África Subsariana acelere para 3,8% em 2024, e se firme ainda mais para 4,1% em 2025, à medida que as pressões inflacionistas diminuam e as condições financeiras acalmem e se tornem mais fáceis, num ano em que os principais exportadores de metais não conseguem descolar e que a África do Sul fecha o top 3 dos que menos crescem, com 1,3%.

Níger e Senegal são os países que mais crescem, segundo a actualização de Janeiro do Global Economic Prospects do Banco Mundial, que prevê uma taxa de crescimento acima da média regional para as economias não ricas em recursos, enquanto o crescimento nas maiores economias ficará "atrás do resto da região".

Nigéria e Angola, os principais produtores de petróleo da região, situam-se na metade inferior da tabela, nos 32.º e 37.º lugares entre os 47 países da região subsariana, com previsões de crescimento de 3,3% e 2,8%, respectivamente (ver infografia).

Em 2023, o crescimento na África Subsariana desacelerou para cerca de 2,9%, ou seja 0,3 pontos percentuais abaixo do projectado pelo BM em Junho, pressionado pelo mau desempenho das três maiores economias da região. Segundo a instituição multilateral, o crescimento na "Nigéria, África do Sul e Angola abrandou para uma média de 1,8% no ano passado, travando o crescimento global da região" num ano em que o "custo de vida continuou elevado", o que "agravou as dificuldades económicas dos pobres e aumentou a insegurança alimentar em toda a região".

Nos outros países da região, o crescimento abrandou para 3,9%, "reflectindo em parte um declínio acentuado no crescimento dos exportadores de metais, juntamente com preços globais mais baixos dos metais". Além disso, "conflitos intensos e prolongados dificultaram o crescimento em vários países", salienta o Banco Mundial, notando que, de um modo geral, as "recuperações pós-pandemia foram abrandadas pelo enfraquecimento da procura externa e pelo aperto da política interna para fazer face à inflação persistente".

Na Nigéria, a maior economia da região, o crescimento abrandou para cerca de 2,9% em 2023, penalizado por "uma política disruptiva de desmonetização da moeda", que envolveu a substituição de antigas notas de naira de alto valor por notas redesenhadas a partir de Dezembro de 2022, mas que foi invertida em Novembro de 2023.

A África do Sul registou um novo abrandamento do crescimento para cerca de 0,7% em 2023, que o BM atribui ao "aperto da política monetária, ao impacto da crise energética e aos estrangulamentos nos transportes". Já o crescimento em Angola "enfraqueceu para cerca de 0,5%, com os campos petrolíferos em maturação a contribuir para uma menor produção petrolífera, conduzindo a quebras de receitas e desencadeando cortes nas despesas públicas".

Vários riscos comprometem crescimento regional

As projecções para o crescimento regional em 2024 e 2025 pouco mudaram em relação às previsões de Junho, mas estes agregados mascaram uma combinação de melhorias e desvalorizações de moedas nacionais, refere o Banco Mundial.

"Embora se espere que os exportadores de metais recuperem da sua queda de crescimento em 2023", as revisões em baixa são ainda uma possibilidade entre estas economias, pela "continuação do fraco crescimento da procura por parte da China", escreve o BM. República Democrática do Congo, com previsão de crescimento de 6,5%, o que coloca o país no top 5 das economias que mais crescem em 2024, e a Zâmbia, com 4,6%, escapam um pouco a este cenário. O mesmo não acontece com a África do Sul (1,3%), Angola e Gana (2,8%), Nigéria (3,3%), Gabão (3%).

Leia o artigo integral na edição 759 do Expansão, de sexta-feira, dia 19 de Janeiro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)