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Angola

Financiamento à LAR sobe para 753 milhões USD

ACORDO PARA REABILITAR O CFB FOI FINALMENTE ASSINADO NA QUARTA-FEIRA, 17

Nos termos do acordo assinado na quarta-feira, 17, em Washington (EUA), a International Development Finance Corporation (DFC) comprometeu-se a emprestar 553 milhões USD à empresa LAR - Lobito Atlantic Railway, um consórcio formado pela Mota- -Engil, Trafigura e pela empresa ferroviária Vecturis. Com a entrada do Banco de Desenvolvimento da África Austral (DBSA na sigla em inglês) no acordo de financiamento, que garantiu mais 200 milhões USD, o valor total sobre para os 753 milhões USD, acima dos 500 milhões USD divulgados anteriormente.

A assinatura do acordo final, que contou com a presença de Ricardo Viegas D"Abreu (ministro dos Transportes) e de José Massano (ministro de Estado e da Coordenação Económica) "sublinha o compromisso dos Estados Unidos em promover infraestruturas estratégicas que promovam o comércio regional, o crescimento económico mútuo e a cooperação a longo prazo entre os EUA e África", afirmou o DFC em comunicado.

Durante o mês de Agosto, o actual CEO da LAR, Nicolas Fournier, disse em entrevista ao Expansão que os três accionistas da empresa já tinham investido cerca de 500 milhões USD desde o início da concessão, que "foram aplicados na formação e contratação de pessoal, mas também na recuperação do terminal mineiro [do Porto do Lobito], na reparação da ferrovia, estações e do material circulante". "Investimos ainda na compra de novos activos, como é o caso dos 1.500 vagões adquiridos na China", explicou o gestor. Com os 500 milhões USD financiados pelo DFC, o investimento privado no transporte de carga do CFB vai chegar aos 1.000 milhões USD. "Nos próximos anos, vamos ter cada vez mais comboios - vamos passar de um comboio por dia, para dois comboios por dia, em 2026, e três comboios por dia em 2027. Para atingir estes indicadores é necessário investir", disse Nicolas Fournier ao Expansão. "É preciso trabalhar para continuar a melhorar a ferrovia: treinar mais pessoas, comprar mais vagões e novos sistemas de comunicação, para tornar a viagem cada vez mais segura", justificou o CEO da LAR.

Os recursos financeiros obtidos pela LAR, empresa privada que opera o transporte de carga no Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), visam aumentar em 10 vezes a capacidade de transporte, para 4,6 milhões de toneladas métricas por ano. O investimento visa também reduzir o custo do transporte de minerais críticos em até 30%.

O CFB é um dos eixos principais do Corredor do Lobito, que na visão actual envolve a construção de uma linha férrea totalmente nova, de 515 Km, entre Angola e a Zâmbia, e a renovação de 315 Km de linha férrea (actualmente operada pela empresa pública congolesa Sociedade Nacional dos Caminhos-de-Ferro ou SNCC na sigla em francês) na República Democrática do Congo.

A Africa Finance Corporation (AFC), com sede em Lagos (Nigéria), é neste momento a principal promotora dos novos investimentos, tendo já solicitado propostas a empreiteiros para a construção do troço da Zâmbia, após concluir um estudo de viabilidade. Os promotores planeiam fechar acordos de financiamento para o projecto até ao final do próximo ano, disse à agência Reuters um alto funcionário da AFC.

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