Brasil prepara emissão de dívida pública em moeda chinesa
Os planos para emitir títulos de dívida na China surgem numa altura em que o Governo pretende atrair mais investimento do país asiático.
O Brasil pretende emitir títulos de dívida soberana no mercado chinês este ano, naquela que, a concretizar-se, será uma operação inédita na política de financiamento do governo brasileiro. Este mecanismo que tem como objectivo diversificar as fontes de financiamento do país ainda está em estudo, mas é mais um sinal do estreitamento de relações entre os dois países.
A possibilidade de emitir títulos em yuan, os denominados Panda Bonds, não é de agora, mas a recente visita do presidente brasileiro, Lula da Silva, ao gigante asiático, que resultou numa série de acordos de investimento e num acordo de swap cambial entre os bancos centrais dos dois países, veio relançar a questão de se encontrar uma alternativa à emissão de divida apenas em dólares.
De acordo com a CNN Brasil, a maior parte da dívida pública do país sul-americano é em reais, tendo uma parcela menor em dólares. A última emissão externa moeda estrangeira foi realizada em 2014, mais concretamente em euros.
De acordo com o secretário-adjunto do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, citado pelo jornal britânico Financial Times, também está em cima da mesa o regresso ao mercado de obrigações em euros. "A ideia é que, ainda este ano, façamos uma nova emissão sustentável em dólares, como no ano passado, além de emissões na Europa e "obrigações panda" na China", referiu Durigan. E acrescentou: "A União Europeia quer negociar com o Brasil a expansão do comércio bilateral, tanto em termos de transações como também possibilitando ao Brasil a opção de emitir dívida na Europa. O mesmo pode acontecer com a China".
O Governo de Lula tem vindo a reforçar os laços comerciais com a União Europeia e a consolidar relações com a China, num contexto da guerra comercial lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os planos para emitir títulos de dívida soberana na China surgem numa altura em que o Governo de Lula pretende atrair mais investimento do país asiático, que é o maior parceiro comercial do Brasil.