QAnon Shaman perdeu a fé em Trump e chega a acordo com a justiça norte-americana
O ex-actor e marinheiro, de cara pintada com as cores da bandeira norte-americana, tronco nu, peles sobre os ombros e capacete viking na cabeça, que foi um dos primeiros a irromper pelo Capitólio a 6 de Janeiro deste ano, declara-se culpado e aguarda uma sentença que pode ir dos 41 aos 51 meses de prisão.
Jacob Chansley, também por conhecido por Qanon Shaman, uma das figuras mais mediáticas da invasão ao Capitólio, em Washington, em Janeiro, quando uma horda de manifestantes pró-Trump irrompeu imparável pela sede do poder legislativo dos EUA, chegou a acordo com os promotores públicos, declarou-se culpado e está a negociar uma pena entre os 41 a 51 meses de prisão.
O ex-actor e marinho, de 34 anos, tornou-se uma das figuras mais mediáticas da trágica invasão do Capitólio, diz agora que perdeu a fé em Donald Trump, o ex-presidente dos Estados Unidos.
Desde os acontecimentos de 6 de Janeiro que Chansley tem dado que falar, numa entrevista ao programa da CBS 60 Minutos, afirmou que as suas acções a 6 de Janeiro não foram um ataque contra a nação mas uma forma de "trazer Deus de volta ao Senado".
Mas, e de acordo com o The New York Times, na audiência desta sexta-feira, no Tribunal Federal Distrital, em Washington, Chansley abandonou "o clima circense" de que se faz rodear e só falou para responder às questões processuais, com monossilábicos sim ou não.
Declarou-se culpada e deve ser sentenciado a uma pena de prisão que vai dos 41 aos 51 meses, sentença que deverá conhecer em Novembro.
Chansley foi preso três dias depois a invasão do Capitólio e acusado de conduta desordeira num edifício de acesso restrito.
"O caminho percorrido pelo Chansley, desde 6 de Janeiro, tem sido um processo que envolveu dor, depressão, confinamento solitário, introspecção, reconhecimento de vulnerabilidades da sua saúde mental e confrontar-se com a necessidade de mais trabalho por si mesmo", afirmou, também hoje, em comunicado o advogado de defesa do ex-actor e marinheiro.
Com Chansley há mais 51 pessoas acusados de motim e distúrbios da ordem pública, sendo que 11 deles devem declara-se culpados nos próximos dias.