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"A música foi sempre um negócio, mesmo desde quando não se ganhava dinheiro"

JÓJÓ GOUVEIA - MÚSICO

O músico está a projectar o show de apresentação do álbum "Arte no Amar", lançado em Abril do ano passado, e admite que além de naturalmente apreciar outros músicos, nos seus espectáculos recorre sempre a canções de outros artistas porque não tem ainda um reportório capaz de preencher as suas apresentações.

Para mim foi mais um passo para a contínua projecção da minha carreira e em tudo o que eu e a minha equipa temos vindo a programar. Mas o principal objectivo foi mesmo entreter as pessoas numa festa bonita, onde as pessoas se despiram de todas as responsabilidades e obrigações da vida. Passámos juntos uma tarde divertida.

Nos seus espectáculos canta sempre temas de outros artistas como os Irmãos Almeida, Waldemar Bastos, Bonga, Euclides da Lomba, entre outros. Porquê?

Eu tenho muito prazer em cantar músicas destes artistas porque são músicas que me tocam, acima de tudo por ser fã deles, e porque gosto de dar às pessoas as músicas que eu gosto de ouvir.

Que impressão tem destes músicos que interpreta?

Esses, na minha opinião, são dos que compõem o melhor da nossa música. Quando subo ao palco, primeiro canto para mim, canto o que gosto, para depois dar a gostar aos outros.

Corrija-me se tiver errado: tenho impressão que também recorre muito à música de outros artistas porque não tem ainda um reportório suficiente...

Sim, posso assumir que é verdade. Para cada música que lançamos devemos dar tempo para que seja bem consumida e só depois é que pensamos noutra. E então isto leva o seu tempo, daí que só tenho nove sucessos. Não chega para fazer duas horas de show e por isso recorro a músicas de outros artistas.

Quando tiver um reportório alargado vai deixar de cantar outros artistas?

Não. Mesmo que eu um dia tenha duzentas músicas de sucesso, as pessoas podem esperar ver-me a cantar as músicas de outros artistas. Porque são músicas que marcaram a minha infância e me fizeram artista. Foi preciso ouvir os outros para que eu pudesse gostar de compor as minhas músicas.

Tem quase 15 anos de carreira. Por que razão tem apenas nove sucessos?

Procuro primeiro a qualidade, o que implica custos avultados. Isto envolve muita gente a trabalhar, desde o processo de gravação até à promoção. Mas temos ainda muita música para lançar e para ser explorada. Não temos grandes apoios, mas com o que se consegue com os próprios shows conseguimos gravar outras músicas.

Ao seu nível, quanto custa produzir uma música?

produzir uma música? É muito relativo. Depende do tipo de música e com que produtor vamos trabalhar.

Dê-me um exemplo.

A música que nós gravamos é relativamente cara. Por exemplo, nesta altura nós queremos gravar uma música, que é uma nova kizomba, e só com a gravação com a mistura e masterização vamos ter custos acima dos 2.300 USD. Isto sem falar de outros custos que teremos quando formos terminar os trabalhos fora do País.

Porque não leva os seus espectáculos a outras províncias?

Na verdade temos recebido solicitações, mas às vezes os contratantes não possuem recursos suficientes para materializar o espectáculo. E muitas vezes não há estruturas que nos possam acomodar. Temos algumas exigências para que possamos garantir qualidade e há coisas que não aceitamos minimizar, como por exemplo a qualidade de som, da sala e outros. Por isso é que muitas vezes não conseguimos fazer espectáculos fora de Luanda.

É mais rentável e eficaz um músico trabalhar sózinho ou estar vinculado a uma produtora? Qual é a sua visão?

É muito relativo também. Há músicos que dão-se muito bem sozinhos e há outros que não. Mas quem trabalha sozinho, a dada altura vai precisar sempre de uma pessoa ou de uma equipa ao seu lado para dar suporte e tornar o artista num produto vendável.

Leia o artigo integral na edição 792 do Expansão, de sexta-feira, dia 06 de Setembro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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