O documento foi rubricado pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, e pela chefe da diplomacia são-tomense, Edite Tem Jua. Pela parte angolana, Téte António referiu a importância deste acordo para os dois países, pelos laços existentes, incluindo os de consanguinidade que unem os dois povos.

Recorde-se que há factores políticos, históricos, culturais e geográficos que ligam Angola a São Tomé, formalizados em 1978 pelo Acordo Geral de Amizade e de Cooperação e da Comissão Mista Bilateral, criada dois anos depois, em 1980, factos que, segundo o chefe da diplomacia angolana, permitiram a celebração de pelo menos 26 acordos sectoriais.

Téte António considera que a execução dos mesmos está aquém das expectativas iniciais, pelo que se mostrou convicto que a visita da sua homóloga são-tomense "poderá contribuir para a redinamização da cooperação entre Angola e São Tomé e Príncipe e introduzirá uma nova dinâmica para o desenvolvimento das áreas de interesse mútuo, já identificadas no Processo Verbal, assinado em São Tomé, em maio de 2019, que testemunha a vontade dos nossos dois países de reforçar as linhas gerais de cooperação bilateral, que correspondem à nova estratégia de cooperação", salientou.

As áreas do turismo, dos transportes, do mar, incluindo a exploração dos hidrocarbonetos que os dois países fazem em offshore, foram elencadas pelo ministro de Angola como as mais importantes.

Por sua vez, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de São Tomé e Príncipe vai ser recebida esta terça-feira, 21 de Dezembro, pelo Presidente angolano, João Lourenço, prevendo o programa também encontros de trabalho com diversas entidades do sector político, económico e social de Angola.

Edite Ten Jua considerou o acordo "histórico", que materializa o que já é uma realidade entre os povos irmãos de São Tomé e de Angola.

"Todos nós temos um amigo, um familiar, quer em Angola quer em São Tomé, este acordo vem potenciar as relações familiares, a mobilidade a nível empresarial e fomentar o turismo regional", disse a ministra são-tomense à imprensa.

A responsável pela diplomacia daquele país destacou do acordo a possibilidade de movimentação das comunidades entre os dois países, o que é "sem dúvida uma mais-valia".

A governante são-tomense destacou que os dois países possuem uma cooperação vasta, e sublinhou que "Angola sempre foi, é e será um parceiro preferencial de São Tomé e Príncipe".

Em matéria de áreas preferenciais de cooperação, a membro do governo são-tomense referiu que há diversos acordos de parceria em curso entre os dois países, sendo que alguns foram afectados pela pandemia da Covid-19, tendo destacado a necessidade "de uma visão mais modernizada, mais acutilante dos vários setores da cooperação".

Edite Ten Jua realçou que São Tomé é um destino preferencial para os angolanos, garantindo que este acordo vai permitir "seguramente" aos angolanos irem com mais frequência ao arquipélago e "passarem muito mais tempo" naquele país.