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Angola

Óleo e arroz responsáveis pela queda de preços em 6% no informal

CABAZ SELECIONADO PELO EXPANSÃO

Juntos, o arroz e o óleo tiveram uma redução de preços de 8.750 Kz entre Agosto de 2024 e o mesmo mês deste ano, pelo que se não forem contabilizados os preços destes dois bens alimentares, o preço do cabaz selecionado pelo Expansão até teria subido 2% neste período.

Os preços de alguns dos principais produtos alimentares mais consumidos pelas famílias angolanas reduziram em média 6% nos mercados informais em Agosto deste ano face ao mesmo período do ano passado, beneficiando das quedas em 22% dos preços do saco de 25 Kg de arroz e de 11% na caixa de óleo. Já nos mercados formais os preços cresceram 4% no período em análise, segundo apurou o Expansão numa ronda nas principais praças e supermercados da cidade de Luanda.

Estes cabazes consistem em 18 produtos seleccionados pelo Expansão, cujos preços foram recolhidos nos mercados informais Catinton e Asa branca, e em 11 produtos nos hipermercados Kero, Candando e Maxi (ver tabelas).

A redução dos preços no mercado informal foi maioritariamente influenciada pela redução dos preços do óleo e do arroz, já que estes dois produtos estavam entre os que mais cresciam em Agosto do ano passado. Para se ter uma ideia, no total registou-se uma redução média de 7.475 Kz do cabaz. Juntos, o arroz e o óleo tiveram uma redução de preços de 8.750 Kz, pelo que se não forem contabilizados os preços destes dois bens alimentares, o preço do cabaz até teria subido 2% neste período.

Já no mercado formal, verificou- -se um aumento médio de 4% nos preços do cabaz seleccionado pelo Expansão, que saíram de 40.835 em Agosto do ano passado para 42.581 este ano. Este aumento foi maioritariamente influenciado pela lata de leite em pó. O leite era um alimento muito consumido pelas famílias de todas as camadas da sociedade angolana, mas deixou de fazer parte da mesa da maioria por causa do contínuo aumento do custo de vida da população, que em muitos casos já não consegue ter acesso a produtos básicos.

Variação mensal

Por outro lado, dois meses depois da subida gasóleo que passou de 300 para 400 kwanzas por litro (no âmbito da retirada gradual pelo Governo do subsídio aos combustíveis, iniciada em 2023), e depois de se ter registado uma tendência de aumento nos preços com uma subida de 2% entre Junho e Julho, os preços em Agosto mantiveram-se em média praticamente inalterados em relação ao mês anterior, tanto no mercado informal como no formal.

Se pusermos de parte esta alteração originada pelo aumento do preço do gasóleo, que também pressionou o preço do frete e dos transportes, os preços dos bens alimentares têm estado mais estáveis nos últimos meses com ligeiras reduções mensais, devido à estabilidade que se verifica na taxa de câmbio desde Dezembro do ano passado, bem como ao aumento da oferta dos bens provenientes do campo.

De acordo com o economista Hermenegildo Quexigina, quanto ao que é produzido internamente, estamos em termos climáticos numa boa época, em que a produção e o escoamento seguem os seus cursos normais. Mas há uma forte probabilidade de que o cenário mude nos próximos meses por conta das chuvas que se aproximam e que podem causar constrangimentos nas vias de escoamento.

No caso dos formais, de acordo ainda com o economista, a taxa de câmbio "parada" há nove meses é o principal factor para a quase estagnação dos preços. Este cenário tem um efeito positivo no negócio de quem importa, o que é ainda melhor para o consumidor já que mantém os preços estáveis e reduz a especulação.

As famílias também admitem notar uma certa estabilidade nos preços nos últimos meses, apesar de continuarem a enfrentar grandes dificuldades, com rendimentos insuficientes para dar resposta às necessidades básicas. Joaquina M., por exemplo, admite que os preços estabilizaram nos últimos meses e que verificou maior abundância de alguns produtos no mercado. Mas reclamou da crescente dificuldade para o sustento da família.

"Os preços não baixaram mas já não estão a subir tanto. Ao chegar no mercado encontra-se um ou outro produto um pouco mais caro, outros mais baixos, mas o salário não chega. Com o meu salário de 60 mil, e pagar propinas para duas crianças, e a alimentação para o mês completo é impossível. Um lado tem de ser sempre sacrificado", explicou a cuidadora infantil.

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