Zonas Económicas Especiais à 'caça' de investimentos para financiar a industrialização
Representantes de fundos soberanos, seguradoras, fundos de investimento, zonas francas, de bancos e diferentes especialistas estiveram na capital do País para abordar questões como a mobilização de recursos no continente.
É urgente captar investimentos para a industrialização do continente, que é fortemente marcado por velocidades diferentes no que diz respeito ao desenvolvimento, presumindo que esta semana sejam responsáveis por vendas de Zonas Económicas Especiais Africanas, e especialistas, que foram designados em Luanda no âmbito da 10ª Reunião destas ZEE do continente.
Esta iniciativa ocorreu em paralelo com a Cimeira de Investimento Sustentável de África (ASIS, na sigla em inglês). Representantes de fundos soberanos, seguros, fundos de investimento, zonas francas, de bancos e diferentes especialistas acreditam que as poupanças geradas no continente podem ser aproveitadas para financiar a economia real dos países africanos e construir um tecido industrial robusto nos próximos 10 anos.
A mobilização de recursos e a otimização dos recursos disponíveis constituiu o cerne dos debates do evento, com as companhias apresentadas a comprometerem-se em mobilizar recursos e aumentar os investimentos para a industrialização do continente africano ao longo dos próximos anos.
Além dos desafios a nível internacional, nomeadamente a dívida pública global estimada em cerca de 229% do PIB global, ou como o decréscimo do comércio internacional, sobretudo por conta das guerras tarifárias dos Estados Unidos da América e baixas taxas de crescimento, as economias africanas enfrentam grandes desafios que os especialistas apresentam no evento afirmando que devem ser ultrapassados sob pena de condicionar o desenvolvimento do continente.
O primeiro desafio tem a ver com o crescimento económico do continente, que este ano, segundo estimativas vai situar-se entre 3,6% e 4,3%, que embora esteja acima do crescimento do resto do mundo é, contudo, insuficiente face aos grandes desafios que o continente africano apresenta a nível económico e social. É que o ponto de partida para esse crescimento é muito baixo. Outro desafio que o continente africano apresenta envolve a vulnerabilidade externa e problemas estruturais. Por exemplo, em relação às vulnerabilidades externas, a África ainda possui muitos países que dependem em grande medida da indústria extrativa - como é o caso de Angola, cuja economia é sustentada pela indústria petrolífera - e estão muito expostos a choques em relação aos preços das commodities nos mercados internacionais.
As altas taxas de crescimento da população, que não são acompanhadas pelo crescimento económico, são outro problema, o que tem condicionado a formulação de políticas adequadas por parte dos governos. O Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, Manuel Pedro, acredita que os compromissos reforçados em Luanda vão catalisar o crescimento económico e a dinamização do tecido industrial do continente. "Portanto, quando falamos de investimento, há necessidade de olharmos para o tema da mobilização de recursos e olhar também para onde e como ir buscar esses recursos", sublinha.
Por seu lado, a secretária de Estado para o Comércio e Serviços, Augusta Fortes, salientou durante o certame que ao promover o investimento sustentável nas Zonas Económicas Especiais não se está apenas a atrair capital, "estamos a criar ecossistemas económicos integrados, a fortalecer as cadeias regionais de valor e a ligar a África de forma mais competitiva com as cadeias nacionais de produção e de comércio".
A governante acrescentou ainda que a cimeira pretende fomentar um diálogo construtivo entre investidores institucionais, fundos soberanos, instituições financeiras e governos africanos com vista à mobilização de capital de longo prazo para projectos que sejam simultaneamente rentáveis, sustentáveis e socialmente inclusivos.











