Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Empresas & Mercados

Fundo de Garantia Automóvel não indemnizou um único acidente em 2024

POR DESCONHECER CAUSADORES DE CADA UM DOS 2.026 CASOS REGISTADOS NO ANO PASSADO

Este facto divide opiniões entres operadores, já que consideram que o FGA tem responsabilidade de dar resposta a acidentes causados a terceiros por veículos sem seguro com dinheiro disponibilizado pelas seguradoras. Nos últimos 5 anos acumulou 5.982 milhões Kz, entre recebimentos e pagamentos.

Dos 2.026 acidentes registados pelo Departamento de Trânsito e Segurança Rodoviária da Polícia Nacional (DTSER), o Fundo de Garantia Automóvel (FGA) não indemnizou qualquer caso pelo facto de o causador do acidente ser desconhecido.

No ano passado, foram participados 2.026 casos de acidentes de viação, de acordo com o Departamento de Trânsito e Segurança Rodoviária da Polícia Nacional (DTSER), dos quais 574 acidentes foram atropelamento de peões com lesões corporais graves, ligeiras e mortes. Já os restantes 1.452 foram colisões entre veículos e despistes com embate em obstáculo fixo.

No entanto, a arrecadação do FGA, que provém da contribuição de 5% das seguradoras, cresceu 13% para 1.614 milhões Kz face ao 1.428 milhões Kz arrecadado em 2023, Este fundo que tem a responsabilidade de ressarcir os danos patrimoniais resultantes de morte ou de lesões corporais causadas a terceiros por veículos sem seguro, mas não indemnizou nenhuma vítima.

"No âmbito da análise dos processos de sinistro referentes ao período de 2024, o Fundo de Garantia Automóvel verificou que nenhum dos acidentes reportados se enquadra no âmbito de cobertura das suas competências. Tal facto, deve-se ao envolvimento de condutores não identificados, circunstância que exclui a possibilidade de intervenção do FGA com vista à indemnização das vítimas", refere o fundo.

A indemnização só é aplicável apenas nos sinistros em que o causador do acidente seja identificado, para o fundo obter o direito de regresso, ou seja, o valor cobrado ao causador real do dano.

Nesta lógica, o fundo ficará "milhares de anos" sem ressarcir qualquer caso de acidente uma vez que, segundo dados da Polícia Nacional, a maioria dos acidentes registados no País tem como causadores condutores desconhecidos, o que dificulta ainda mais a responsabilização e a indemnização das vítimas.

Fundo tem de intervir

De acordo com uma fonte do órgão regulador, na altura do ex-PCA, Aguinaldo Jaime, produziu-se uma deliberação do conselho de administração que determinava que sempre que se provar documentalmente que houve um acidente de danos corporais ou morte, por mais que o causador seja desconhecido, considerando que se trata de uma vida humana, o fundo tem de intervier. Já no consulado do ex-PCA, Elmer Serrão, o Tribunal de Contas fez uma auditoria ao FGA e recomendou que o fundo não deveria pagar nos casos em que o causador é desconhecido. Orientação que se cumpre até hoje.

"Esse cenário tem contribuído para a redução anual dos custos com indemnizações, uma vez que o Fundo não pode actuar nos casos onde os responsáveis não são identificados".

No entanto, esta questão também levanta a finalidade das receitas do FGA que resultam de 5% do valor dos seguros automóveis subscritos em qualquer seguradora. Uma vez que o fundo não indemnizou ninguém este ano, o Expansão apurou diante da entidade que estes valores permanecem no fundo para atender futuros casos de sinistros.

Esta decisão do fundo divide opiniões entre operadores do mercado, uma vez que a sua finalidade é dar resposta a acidentes causados a terceiros por veículos sem seguro com dinheiro disponibilizado pelas seguradoras.

Leia o artigo integral na edição 845 do Expansão, de Sexta-feira, dia 26 de Setembro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo