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Startup de energia limpa acelera rumo ao "combustível do futuro"

HIDROGÉNIO VERDE

Apesar das incertezas do mercado energético global, a startup Nzolani Renewable quer ser pioneira em um projecto que envolve hidrogénio verde em Angola. Está na forja um gerador de 220 V movido a hidrogénio, que vai ser apresentado, em Junho deste ano, na maior feira das TICS em Angola.

A Nzolani Renewable, startup de energias limpas, está a arrancar com a produção de hidrogénio verde em Angola, um combustível que promete ser a alternativa mais sustentável aos combustíveis fosseis. A pequena iniciativa está a preparar o lançamento do primeiro gerador doméstico e de uma trotineta movidos a hidrogénio verde, que serão apresentados ainda este ano na maior feira de tecnologia do País ANGOTIC 2025, que acontecerá em Junho.

A startup, que surgiu em 2022, com estes projectos promete ser a pioneira numa iniciativa que envolve hidrogénio verde no País, aquele que é considerado o combustível do futuro, apesar de ainda existirem algumas dúvidas sobre a sua viabilidade económica e ainda enfrentar alguma resistência por parte do sector petrolífero, que continua a dominar o mercado de energia global.

Mas nem as reticências sobre o seu custo de produção ou a forte presença e dependência de combustíveis fosseis afastam a ambição de Verónica Choconesa, engenheira de perfuração de poços de petróleo, que é fundadora da startup. "Estamos no mercado há mais de três anos e representamos Angola internacionalmente na área do hidrogénio verde. Temos a primeira maqueta nacional para captação desse tipo de hidrogénio. No momento, o nosso foco é construir um gerador de 220 V, que será capaz de abastecer uma residência comum com todos os equipamentos domésticos necessários. O projecto do gerador já está pronto. Estamos apenas a aguardar a chegada dos componentes [peças], que vêm do estrangeiro, para montarmos e realizarmos os testes", disse Verónica Choconesa.

O gerador movido a hidrogénio verde vai tornar-se no primeiro grande projecto da startup, juntamente com a trotineta e o biorreactor de algas (sistema onde algas, sob condições específicas, produzem hidrogénio por processos biológicos). Todos estes projectos são custeados com recursos próprios e doações de familiares e amigos, como acontece com a maior parte das ideias de "empreendedorismo disruptivo" em Angola, de acordo com a fundadora. Aliás, tal como a startup Nzolani Renewable, várias outras do País enfrentam os mesmos desafios financeiros, caracterizado por falta de financiamentos colaborativos (crowdfundings) ou "investidores anjos" (business angel) ou mesmo de fundos de investimento versados para os projectos escaláveis.

Verónica Choconesa espera que a apresentação do gerador movido a hidrogénio verde atraia investidores no Angotic 2025. "Estamos expectantes para encontrar interessados a validarem e investirem no nosso protótipo para lhe dar a escalabilidade", adiantou.

O projecto para montar o protótipo do gerador vai custar perto de 500 mil Kz, com grande parte deste valor a servir para a importação de componentes do equipamento. Se o projecto encontrar acolhimento junto dos investidores nacionais ou estrangeiros, a ideia que é seja produzido, no futuro, comercialmente para ser alternativa às falhas de energia eléctrica da rede em algumas partes do País.

O hidrogénio verde já é considerado como o combustível da futura indústria de mobilidade, mas também tem sido apontado como grande fonte de geração de electricidade ou o substituto do gás butano das cozinhas. "Trabalhamos dentro da fonte de energia limpa, onde queremos trazê-lo como uma matriz", explica Verónica, que também é a representante do núcleo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) nos fóruns globais sobre energias limpas e ambientes. Actualmente, a startup está na fase de validação, que será consolidada pelo lançamento do MVP (o produto mínimo viável), o gerador no caso. Por isso, trabalham apenas duas pessoas também para minimizar os custos, avançou Verónica Choconesa.

Novo capítulo energético

Embora a indústria petrolífera, de que Angola continue muito dependente, contine a "adiar" a introdução do hidrogénio verde nos holofotes do mundo, por ser uma ameaça à posição do crude no mercado, é também visto como uma oportunidade para desarborizar o sector. "O hidrogénio não é inimigo do petróleo, pelo contrário", explicou Verónica Choconesa.

Leia o artigo integral na edição 822 do Expansão, de quinta-feira, dia 17 de Abril de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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