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Grande Entrevista

"Muitos colaboradores estão obrigados a pensar igual para preservar o posto de trabalho"

NUNO PAIVA | CONSULTOR E MENTOR

Nuno Paiva acredita que o desempenho dos colaboradores nas organizações está relacionado com o tipo de gestão e defende a multiplicidade de pensamentos para o crescimento das empresas, que devem apostar numa gestão estratégica aberta. O consultor falou também sobre a gestão das finanças pessoais, um desafio devido ao peso da informalidade na economia nacional.

Os recursos humanos têm ido apontados como um dos problemas do desenvolvimento do País. Como especialista, que avaliação faz ao capital humano nacional?

As empresas apresentam necessidades de algumas competências, habilidades, que o mercado não oferece. Não há uma aproximação entre as universidades e as associações empresariais, escolas de negócios. As empresas deviam estar mais próximas das universidades e dizerem exactamente o que é que precisam. Que competências e habilidades necessitam. Por exemplo, participei numa experiência em que as empresas queixavam-se da falta de conhecimento que os licenciados tinham sobre a legislação laboral.

É real este desconhecimento?

Sim. Também há desconhecimento dos próprios trabalhadores sobre os seus direitos. E boa-fé neste relacionamento contratual ou laboral. O empregador quer um resultado e a pessoa que está a trabalhar quer entregar determinado resultado. A chamada alta performance. O colaborador dá o seu melhor, trabalha em alto desempenho. Mas a empresa diz que para nomear alguém tem de ser na base da confiança. Isso vai desmotivar a pessoa.

A nossa legislação laboral vai de encontro aos desafios do mercado?

A legislação vai sempre se adaptando ao que se vai recebendo. Os empregadores dizem que é difícil despedir. Porque, às vezes, têm alguém que não dá resultado, ou que não está interessado em trabalhar... A legislação tem de se adaptar a esse tipo de situações.

O que é ser uma empresa de sucesso em termos de recursos humanos?

Existem algumas premissas básicas, como, por exemplo, a pessoa certa no lugar certo. É preciso saber identificar para além das competências, o perfil de cada colaborador para determinada função. O perfil comportamental explica que existem quatro perfis diferentes de pessoas e se a organização entender bem qual é o melhor lugar ou melhor função em função dos perfis, terá melhores resultados.

A maioria das organizações premeia a formação académica, basta ver os anúncios de empregos...

Isto só não basta. Por exemplo, uma pessoa criativa não deve ser colocada a fazer trabalho repetitivo, porque vai limitar a capacidade deste colaborador. A empresa não cresce quando o gestor não entende que tem de fazer essa gestão. Existe diferença entre gestão de recursos humanos, gestão de capital humano e gestão estratégica. A gestão estratégica ajuda a potenciar melhor os quadros, os colaboradores.

Leia o artigo integral na edição 850 do Expansão, sexta-feira, dia 31 de Outubro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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