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África

África perde 12,7 mil milhões USD em danos com catástrofes

AS INUNDAÇÕES SÃO RESPONSÁVEIS POR 70% DOS DANOS TODOS OS ANOS

Além da África do Sul, que lidera a lista, na África austral, os países que têm maiores prejuízos devido a catástrofes naturais são a Zâmbia, com 151 milhões USD, Zimbabué com 94 milhões e Angola com 73 milhões USD. Cá, as infra-estruturas mais afectadas são as de energia, de água, estradas e as do sector oil & gas.

O continente africano sofre uma média de 12,7 mil milhões de dólares em perdas anuais em infraestruturas devido a catástrofes naturais, de acordo com um novo relatório da Coalition for Disaster Resilient Infrastructure (CDRI), um estudo divulgado esta semana que envolve parcerias de agências da ONU com bancos de desenvolvimento, empresas privadas e universidades.

O estudo revela que as inundações são responsáveis por cerca de 70% dos danos, enquanto os terramotos, que apesar de serem menos frequentes, são mais devastadores, representam cerca de 28%. "Prevê-se que as alterações climáticas vão aumentar o impacto das catástrofes nas infraestruturas em até 27%, resultando numa perda média anual de 2,4 mil milhões USD. África é uma das regiões mais vulneráveis às catástrofes relacionadas com o clima", refere o report.

A nível regional, a África Oriental é a mais afectada, com 5,5 mil milhões USD em prejuízos anuais, seguindo-se o norte de África e a África Austral, com cerca de 2,3 mil milhões USD cada, enquanto a África Ocidental perde aproximadamente 1,58 mil milhões USD. Em termos de países, a África do Sul regista as perdas mais elevadas, com 1,7 mil milhões USD anuais, seguida pela Nigéria, com 1,1 mil milhões USD, e pela Argélia mil milhões USD. "São montantes elevados que os governos africanos pagam anualmente para a reparação e a reconstrução de infraestruturas danificadas. África não pode suportar estas perdas", diz o estudo.

Além da África do Sul, que lidera a lista, na África austral, os países que têm maiores prejuízos devido a catástrofes naturais são a Zâmbia, com 151 milhões USD, Zimbabué com 94 milhões e Angola com 73 milhões USD. No caso de Angola, as infraestruturas mais afectadas são as de energia, de água, estradas e ferrovias e, por fim, as do sector oil & gas. "As nações mais pequenas, com menos activos de infra-estruturas, tendem a ter perdas médias anuais mais baixas, mas estas perdas são mais significativas para as suas economias. Por exemplo, a perda média anual representa 1,5% do PIB do Lesoto, 1,25% do PIB das Maurícias e 1% do PIB das Comores", acrescenta.

Este estudo, que resulta de uma parceria de agências da ONU, bancos de desenvolvimento, empresas privadas e instituições académicas, revela que as conclusões sublinham a necessidade urgente de investimento em infraestruturas resilientes em todo o continente. "Os governos africanos estão a assumir a liderança na construção de resiliência e adaptação [ao clima] nas suas economias. Os seus orçamentos nacionais contribuem com 26% do financiamento total para a adaptação e estão a contrair empréstimos para canalizar mais 54%. Paralelamente, o mundo precisa de aumentar o apoio a África para fazer face às consequências de um clima em mudança, para o qual não contribuiu significativamente", defende o CDRI.

O documento indica que a aposta na resiliência não se deve tratar apenas de tornar as novas infra-estuturas mais fortes para resistir a desastres climáticos e geológicos, considerando que os países devem também preparar- -se antecipadamente para as catástrofes através de manutenção regular, planeamento de preparação, sistemas de alerta precoce e alianças com as populações e empresas que servem. Os fundos limitados disponíveis devem ser utilizados para expandir os serviços de infra-estruturas com padrões mais resilientes, para manter e reparar a infra-estrutura existente; modernizar as infra-estruturas e os edifícios mais críticos, bem como manter reservas para danos futuros causados por desastres.

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