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Angola

Angola sobe uma posição no Índice Absa mas está entre os 6 piores em África

RANKING REVELA AVANÇOS NOS MERCADOS FINANCEIROS DOS 29 PAÍSES AVALIADOS, APESAR DO AMBIENTE ADVERSO

O índice de 2025 classifica a África do Sul, Maurícias e a Nigéria como os principais mercados financeiros do continente. Ruanda, Botsuana e Gana apresentaram as melhorias mais notáveis. Angola ganhou um ponto graças à descida "impressionante" da inflação.

Angola subiu um lugar no Índice Absa dos Mercados Financeiros de África, passando para a 24.ª posição, com 41 pontos, a mesma pontuação de Moçambique, que está um lugar acima (23.º) neste ranking que avalia 29 países africanos e que é liderado pela África do Sul. A subida de Angola, que está entre os seis piores, é justificada com a "queda impressionante da taxa de inflação".

O nono índice que o Fórum Oficial das Instituições Monetárias e Financeiras (OMFIF) realiza, com o patrocínio do banco Absa e o apoio da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), reconhece que as autoridades angolanas "promoveram a liberalização cambial e as reformas na gestão da dívida apoiadas pelos programas do Fundo Monetário Internacional", mudanças que têm um impacto positivo no mercado de capitais.

Os resultados do Absa African Financial Markets Index (AFMI), que foram divulgados durante as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, que decorreram de 21 a 26 de Outubro, em Washington, "revelam avanços tangíveis" na construção de mercados financeiros mais resilientes e sofisticados em África, apesar dos desafios económicos globais.

Os principais impulsionadores da melhoria incluem o reforço da credibilidade cambial na Nigéria e no Uganda, a adopção de leis modernas de compensação e o aumento de instrumentos inovadores, como o sukuk soberano [certificados financeiros compatíveis com a lei islâmica], obrigações ESG e obrigações lastreadas em activos, refere a UNECA.

"O reforço dos mercados financeiros é inegociável para mobilizar o capital a longo prazo de que necessitamos para as infraestruturas, a acção climática e o crescimento inclusivo", sublinhou Stephen Karingi, director da Divisão de Integração Regional e Comércio da UNECA, notando que este índice, que avalia os países com pontuações que vão de 100 (o melhor) a zero (o pior), "é uma ferramenta vital" para avaliar o progresso dos mercados financeiros dos países.

Áreas críticas que exigem acção

O índice de 2025 classifica a África do Sul, as Maurícias e a Nigéria como os principais mercados financeiros do continente. O Ruanda, o Botsuana e o Gana foram os que apresentaram melhorias mais notáveis. Na cauda estão a Etiópia (em último), Madagáscar e a República Democrática do Congo (ver infografia).

O relatório também identifica áreas críticas para novas acções, sublinhando a urgência de uma "reforma acelerada da classificação de crédito, uma maior transparência dos dados e uma harmonização regional mais profunda para criar mercados maiores e mais líquidos", com base num painel de líderes dos bancos centrais de Essuatíni, África do Sul, Ruanda, Angola e do próprio FMI. Foi também realçada a necessidade de instrumentos inovadores, como os títulos verdes e os títulos da diáspora. O índice de 2025 avalia 29 países africanos, que no conjunto representam 80% do PIB do continente.

A avaliação tem por base uma combinação de dados quantitativos e respostas de inquéritos a mais de 50 instituições, incluindo bancos centrais, bolsas de valores, reguladores, participantes no mercado e organismos internacionais de desenvolvimento.

O inquérito foi realizado entre Junho e Setembro de 2025. Ao todo, o índice regista melhorias de Angola em três dos seis pilares avaliados, com subidas na pontuação nos pilares 1 (Profundidade do mercado), 5 (Ambiente macroeconómica e transparência) e no 4 (Desenvolvimento de fundos de pensões). A melhoria da pontuação de Angola no Pilar 1 é notável, tendo em conta que 16 dos 29 países avaliados registaram quedas no ano que terminou em Junho de 2025. Queda no acesso a divisas No Pilar 2, que examina a capacidade dos investidores internacionais repatriarem facilmente capital e a capacidade dos bancos centrais de gerir a volatilidade dos fluxos de capital estrangeiro, há uma descida de três valores na pontuação de Angola.

Leia o artigo integral na edição 849 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Outubro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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