O alerta faz parte de um plano de emergência divulgado na sexta-feira pela Federação Internacional da Cruz Vermelha. A organização prevê que o número de pessoas afectadas pela tempestade possa ir dos 25 mil aos 300 mil, caso se confirmem as piores previsões.

Há menos de três anos, Moçambique foi varrido pelo ciclone Idai, que deixou um rasto de destruição no país e em partes do Zimbabué e do Malawi, causando prejuízos avaliados pelo Banco Mundial em 2 mil milhões USD. Mais de mil pessoas morreram e 3 milhões foram afectadas.

Desta vez, esperam-se chuvas torrenciais e ventos fortes, que podem atingir 166 quilómetros por hora no pior dos cenários, nas províncias de Sofala, Nampula e Zambézia, podendo destruir infraestruturas, casas e produção agrícola, adverte a Cruz Vermelha. A organização humanitária teme nova de deslocação interna no país.

Em Março de 2019, o Idai destruiu parcialmente o corredor que liga o Porto da Beira aos países vizinhos, do Zimbabué, Malawi e Zâmbia, provocando falhas importantes na distribuição de bens alimentares e combustível. A cidade da Beira - com meio milhão de residentes - ficou sem energia e esteve inacessível por estrada, durante vários dias. Edifícios, incluindo casas, escolas e instalações ficaram destruídas.

Moçambique enfrenta todos os anos, entre Outubro e Abril, a época chuvosa, que costuma originar tempestades e ciclones do oceano Índico contra a costa leste da África Austral.

Este ano, são esperadas chuvas torrenciais e ventos fortes, que podem chegar aos 166 quilómetros por hora no pior dos cenários, intensidade inferior ao Idai que atingiu ventos de 195 Km/h a 14 de Março, horas antes de atingir o centro de Moçambique, já com menos intensidade.